segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mais um texto para não ler e não comentar! (a verdade é como brasa)



Ontem abrimos a Semana Santa na Paróquia São Pedro e São Paulo. Ao mesmo tempo, neste bairro, o carnaval nao acaba nunca! Ontem, aconteceu um bloco de carnaval. É engraçado que uma das pessoas à frente desse bloco conversou, certa vez com o padre Luiz Junior e perguntado sobre a data por coincidir com o Domingo de Ramos, ele respondeu que aconteceu isso porque o Domingo de Ramos não é fixo, e no movimento de datas, coincidiu. Mas essa coincidência de datas já acontece a tres anos seguidos...Então me vi envolvido em uma polêmica: muitos queriam a mudança do horário da missa por conta do bloco. Não abrimos mão e a missa foi no horário de sempre. Quem estava no bloco? Os irmãos da Assembléia de Deus? Da Igreja Batista? Não, nao eram eles, eram os católicos. Os que se aclamam católicos não praticantes. Eu não tenho nada contra blocos de carnaval, só acho estranho que se estendem tanto e que um deles sempre aconteça no Domingo de Ramos... Então comecei pensar não sobre o bloco, porque pouco importa. Pensei em outra coisa, essa sim, séria: por qual motivo, as pessoas que se dizem católicas conseguem viver como se a Igreja não existisse? QUe catolicismo é esse? Por qual motivo isso acontece? E vi que para responder a esses questionamentos, devo entrar em outro ainda mais sério que se refere ao Batismo.
Desde tempos remotos da história da Igreja, costumamos batizar crianças. Muitas são as motivações bíblicas e teológicas que justificam esta prática. Tão contraverso é este tema que mesmo uma parte do mundo pentecostal que não acha correto, retomou um rito hebreu de apresentação das crianças por não saber o que fazer com os filhos de seus fiéis. No nosso caso, esse nó foi desatado com a entrega do Sacramento às crianças, confiando na FÉ E TESTEMUNHO dos pais e padrinhos.
Percebemos agora que por razão da influência dos pentecostais, que vivem afirmando que o batismo de crianças é um erro, por conta também da falta de uma catequese consistente na Igreja, de uma estrutura sacramental mais alinhada e por falta de testemunho de muitos católicos, o batismo tornou-se o sacramento do esquecimento, do descompromisso. Porque em muitas ocasiões, quase 90% a única preocupação é social. Quando falo social justifico: dizem assim "eu fui batizado criança e agora meu filho também tem que ser batizado." Então se chama alguém para ser padrinho que não tem vida de fé nenhuma, pelo contrário, em muitas ocasiões vive o inverso da fé que a Igreja professa. Muitas vezes, o padrinho é escolhido na mesa de bar, no campo de futebol, então, o resultado será mais um católico não praticante e para mim, com muita honestidade, o título de católico não praticante é tão mentiroso quanto o de ladrão não praticante. Eu já vi até ex-ladrão, graças a Deus, mas nunca vi um ladrão não praticante...  O mal não é haver muita gente batizada. Isso seria um bem. O mal é que muitos são batizados sem a consciência, própria ou por parte do batismo. E ser batizado e não viver como batizado é pior que não ser batizado! Na Igreja primitiva, batizavam pessoas convertidas, na atual situação, somos obrigados a converter pessoas batizadas o que é mais complicado e beira o impossível porque as pessoas dizem viver a fé e, em sua maioria veem o Batismo como uma carteira do clube que dá direito a uma missa no setimo dia dos parentes, batismo dos filhos e dos filhos dos amigos, cerimônia de casamento, unçao dos enfermos e uma bela oração na ocasião da morte de um ente querido! Esse fato demonstra claramente que o batismo, mais do que o sacramento da iniciação cristã, se tornou apenas um fato social, uma tradição, sem nenhuma incidência e sem conseqüências para quem o recebe. Nesse sentido, falar de vocação batismal, do batismo como vocação primeira dos cristãos e cristãs, é para muitas pessoas, verdadeira novidade. Por isso mesmo, alguns chegam a estranhar tal afirmação, julgando-a inoportuna e até mesmo descabida.
Vemos agora, um perigoso movimento em torno do Sacramento do Batismo, determinados ciclos do chamado catecumenato que terminam seus encontros com a chamada renovação do Batismo. Nesta igreja, há um só Batismo e acreditar num novo Batismo é assumir uma mentalidade protestante na qual o Batismo deve ser concedido a adultos! Sem falar naquele famoso Batismo no Espírito Santo que na verdade, apesar de toda a boa vontade de evangelizar pode também fazer as pessoas acreditarem que seu Batismo precisa ser refeito! Precisamos, pois, redescobrir o batismo como "sacramento primordial" que abre os horizontes da consagração, fundamenta a comum dignidade e legitima a diversidade. Mais do que uma "nova consagração", as vocações específicas e os ministérios confiados aos batizados são "desdobramentos" da única vocação recebida no batismo. Somente isso poderá levar o cristão ou a cristã a ser uma pessoa autêntica, isto é, alguém que participe ativa e regularmente de uma comunidade concreta, na qual subsiste e opera a Igreja de Cristo. Sem essa redescoberta, continuaremos a nos lamentar a falta de compromisso de muitos de nossos católicos!

 Postado por Padre Dalmo como primeiro número de O CRISTIANISMO É COISA SÉRIA!

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