A Solene entrada de Jesus em Jerusalém é a humilde solenidade de quem desmancha as imagens que temos de Deus. Em nossa pobre imaginação, vemos Deus como Rei e de fato Deus é Rei, mas não como os reis que vemos neste mundo e sim um rei diferente que faz do serviço força, da humildade escudo e da cruz estandarte contra os poderes do mal. A entrada de Jesus em Jerusalém esconde já em si, a traição, a negação e o sofrimento. Lemos no Evangelho que a multidão se divide em duas partes: os que vão à frente de Jesus e os que o seguem. Estes dois grupos aclamam Jesus do mesmo jeito, mas não podemos nos deixar enganar porque ao vermos que pessoas entram em Jerusalém à frente de Jesus, devemos lembrar que o senhor em outro trecho nos ensina: Quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo e siga-me! Nosso lugar é seguindo Jesus, não à sua frente, porque é ele quem sabe o caminho. É ele o próprio caminho, caminho que conduz até a Verdade e verdade esta capaz de dar a vida, assim ele nos falou: Eu sou o caminho, a verdade e a vida! Nosso caminho ao longo desta semana deve ser aberto por Jesus e nos seus passos, devemos reencontrar a fidelidade à nossa vocação batismal. Muitos aclamam Jesus como Senhor, pedem a ele socorro por meio do Hosana que é um pedido de socorro a Deus, mas embora o façam com os lábios, o coração está distante há muito tempo do Evangelho de Cristo! Os ramos que nós trouxemos simbolizam a realeza de Jesus, simbolizam a paz que Deus quer nos ofertar pois já em Genesis se diz que o sinal da vida na terra reestabelecida após o dilúvio é um ramo de oliveira trazido por uma pombinha que foi solta da arca e para ela voltou! Mas os ramos também simbolizam a unção, o óleo que ungia os reis, o Espírito Santo sobre Jesus e o óleo que nos ungiu no Batismo. Nenhum batizado deveria se esconder da Semana Santa, semana que é Santa na medida em que permitimos a Jesus nos santificar com sua vida! Mas muitos batizados farão desta semana somente mais uma semana de monotonia, de bebedeira e de carnaval fora de época que só serve para alimentar a ganância, instigar os jovens à prostituição e beneficiar políticos que tem muitos interesses, menos o bem estar e a civilidade do povo! Vivemos o mesmo contexto em que Jesus viveu: opressão – agora cultural – pois somos todos obrigados a engolir o lixo de baixo nível produzido pela mídia. Essa opressão refere-se à falta de educação, e também falta de saúde, de moradia digna com redes de esgoto, falta de alimento, falta de futuro para os jovens, incentivo à violência já entre a para as crianças e desrespeito aos idosos. Vivemos um tempo de escárnio e zombaria com o sagrado, Deus é assunto que não chama a atenção, Jesus é até considerado interessante, entretanto, não se quer seguir uma pessoa que apresente a humildade como sinal de vitória, porque a propaganda e muitas vezes as religiões se tornaram comércio sagrado, no qual a imagem de pregadores chama mais a atenção do que a palavra de Jesus, no qual também o demônio é mais valorizado que o próprio Jesus muitas vezes porque o medo mantêm igrejas lotadas com um povo alienado, escondido de seu futuro e sem coragem para enfrentar suas próprias criações monstruosas, ainda quando a própria missa corre o risco de se tornar espetáculo e o povo corre as léguas atrás de padres e não de Cristo! Estes não estão seguindo Jesus, podem até estar à sua frente como nos alerta o Evangelho, todavia, os que se colocam à frente de Jesus e tentam dizer o que Jesus deve dizer são chamados por ele de Satanás! Vai para trás, Satanás, porque não pensas como Deus e sim como os homens. São estes que pedem a crucificação de Jesus em um julgamento injusto, sem direito à defesa, sem testemunhas, simplesmente como manobra para apagar da história alguém que incomoda.
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