Batismo do Senhor - Meditação I
Com a Festa do Batismo do Senhor,  encerramos o ciclo natalino de Manifestação do Senhor. Com toda a clareza, constata-se nos quatro  evangelhos que o ministério de Jesus tem início a partir do seu batismo  por João Batista. Evidencia-se assim a importância de João Batista no  projeto de Deus ao assumir em plenitude a humanidade em todos seus  valores a partir da encarnação de seu Filho. No Evangelho de são Lucas  realça esta importância quando, em seu evangelho, faz um paralelo entre o  anúncio da concepção e o nascimento de João Batista e de Jesus. No  Novo Testamento, o Batismo de João Batista é mencionado por 11 vezes e  sempre visto em sintonia com o início do ministério de Jesus.  O próprio Jesus, como lemos no Advento falava sobre a  grandiosidade de João e no debate com as autoridades do Templo,  apresenta o Batismo de João como vindo do céu (Mt 21,25). Quando os  Apóstolos se reuniram para escolher quem ficaria no lugar de Judas,  Pedro apresenta o critério para se ser apóstolo e este está vinculado à  prática de João: "É necessário, pois, que, dentre estes homens que nos  acompanharam todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu em nosso meio, a  começar do batismo de João até o dia em que foi arrancado dentre nós, um  destes se torne conosco testemunha da sua ressurreição" (At 1,21-22).  Também em sua fala, em casa de Cornélio), Pedro menciona o começo do  ministério de Jesus na Galiléia depois do batismo de João (At 10,13-17-  segunda leitura). Olhando para João Batista vamos nos encontrar com o  anuncio da conversão frutificada na prática da justiça como caminho para  remover o pecado do mundo. A aspiração a um mundo de justiça e paz já  esta presente em alguns textos do Antigo Testamento, quando o povo vivia  oprimido e explorado pelas elites de poder, primeiro pelas cortes  reais, e depois pelas elites religiosas sediadas no Templo de Jerusalém.  No texto do "servo" de Isaias (primeira leitura) encontramos a  aspiração à consolidação do direito e da justiça. Quando abrirmos os  Evangelhos percebemos que antes que Jesus fale, quem fala é João, o  Profeta. Figura de grande importância na história da Salvação, pois é  ele quem fecha o ciclo profético ao declarar que Aquele que foi  anunciado pelos profetas já está aqui e mais ainda, batiza o próprio  senhor e autor do verdadeiro Batismo. Somente quem encontrar com João e  com suas palavras poderá encontrar com Jesus. E encontrar com João e se  deixar modelar pela Palavra de Deus, ou nas palavras do próprio Batista,  “converter-se”. A oposição de João ao pedido de Jesus é na verdade a  apresentação daquilo que somos diante de Jesus. Somos nós quem  precisamos dele! Mas Ele vem a nós e diz: "é assim que devemos cumprir  toda a justiça" A prática da Justiça dita por Jesus é a confirmação da  palavra de João, somente quem se converter poderá ver Jesus! Depois de  ser batizado, o gesto de Jesus é confirmado pelo Espírito Santo e pelo  Pai, com a proclamação: "Este é o meu Filho amado; nele está meu pleno  agrado". Jesus, assumindo e renovando a mensagem de João Batista,  proclama a conversão com a prática efetiva da justiça como sendo a  vontade do Pai e como uma bem-aventurança, pela qual se entra em  comunhão de vida eterna com o Pai. Posteriormente, Pedro, fiel ao  mestre, afirma, ainda em casa de Cornélio: "estou compreendendo que Deus  não faz discriminação entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem  o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença"  (segunda leitura). Esta é a verdadeira perspectiva universalista, em que  todo aquele que se empenha na luta pela justiça, cultivando a vida, é  agradável e entra em comunhão com Deus, em qualquer época, povo ou  nação. 
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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