O Antigo Testamento diz que na montanha sagrada, Deus entregou as tábuas da Lei a Moisés, esta era o meio para que o povo pudesse alcançar a plena harmonia com Deus. Todavia, esta Lei que deveria ser instrumento de libertação terminou sendo usada de maneira errada criando e fortalecendo uma elite religiosa, uma casta de eleitos, além de uma terrível estrutura econômica em torno do Templo. Esta deturpação da Lei se tornou extremamente opressora e excludente para o povo. Os trabalhadores empobrecidos, em condições precárias de vida, não tinham condições de observar os inúmeros preceitos da Lei, sendo considerados "pecadores", e ficavam em débito com os códigos de purificação a serem cumpridos no Templo de Jerusalém, mediantes ofertas e sacrifícios. Por outro lado, as elites religiosas e econômicas vinculadas ao Templo e às sinagogas, cumprindo estes códigos, se consideravam "puras", "justas", e "santas".
Agora, Jesus, na montanha proclama as bem-aventuranças como o caminho da libertação e do amor para ser o fermento da transformação do mundo. As bem-aventuranças não têm o mesmo caráter que os mandamentos. Elas são um convite e uma proposta de vida nova, na prática da justiça que conduz à paz (cf. primeira leitura). Priorizando o direito à vida plena, conforme a vontade do Pai, Jesus empenha-se em remover as cadeias da lei injusta e opressora. Realiza-se o anúncio de Maria em seu cântico por ocasião de sua prima Isabel, ambas grávidas de seus filhos: "Deus agiu com a força de seu braço, dispersou os homens de coração orgulhoso. Depôs os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Cumulou de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias" (Lc 1,51-53).
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