quinta-feira, 19 de junho de 2014

Pequena Catequese sobre a Eucaristia



A compreensão católica acerca da Eucaristia a faz perceber nesta celebração não apenas um rito mas um retorno à última Ceia de Jesus.  O sacrifício de Jesus na Cruz, consumado pela separação do sangue derramado, simbolizado pela consagração separada de pão e de vinho. Isto, Jesus ordenou aos Apóstolos e seus legítimos sucessores no sacerdócio, com as palavras: "Fazei isto em memória de Mim!" (Lc 22,19).
 
Este sacrifício de Jesus na cruz, perpetuado em cada Santa Missa constitui a principal fonte de todas as graças e é de máxima importância.

Sobre a real presença de Jesus na Eucaristia encontramos as seguintes citações nas Escrituras:

a) Os Evangelhos foram escritos na língua grega, de alta cultura, em que existem muitas expressões para os verbos "simbolizar, significar, representar, lembrar, etc." No entanto, os três Evangelistas e S. Paulo, ao descreverem a Última Ceia de Jesus, usam exclusivamente a palavra "é": Isto é o meu Corpo: este é o cálice do meu sangue. (Mt 26,26s; Mc 14,22s; Lc 22,19s; I Cor 11,23s.)

b) Jesus falava ao povo simples, com palavras claras e compreensíveis. Quando usava comparações, p.ex.: "Vós sois o sal da terra: Vós sois a luz do mundo”; ninguém reclamava, e não esperava ver os Apóstolos transformados em imagens de sal ou de luz. Quando, porém, Jesus lhes disse: "Este é o pão que desceu do céu, se alguém comer deste pão, viverá eternamente: e o pão que eu vos darei é a minha carne (imolada) pela vida do mundo". (Jo 6,50- 51) então os judeus o entendem verbalmente e reclamam dizendo: "Como pode Ele dar-nos a comer sua carne?" E Jesus reafirma: "Em verdade, em verdade Eu vos digo: se não comerdes a carne do filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós... pois a minha carne é um verdadeiro alimento e o meu sangue é uma verdadeira bebida. Quem come deste pão viverá eternamente "( Jo 6,52-58 ) .

 Até muitos discípulos seus o entenderam assim verbalmente, e por isso murmuraram e se retiraram dizendo: "É dura tal linguagem; quem pode escutá-la? (Jo 6,60-66). Mas Jesus não se retrata, para recuperá-los. Pelo contrário, pergunta aos doze apóstolos: "Também vós quereis partir?" E então Simão Pedro dá a bela resposta da fé, em nome dos Apóstolos e de todos os fiéis católicos: "Para quem iremos nós, Senhor? Tu tens as palavras da vida eterna, e nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus". ( Jo 6,67-71). Porém, somente na Última Ceia foi revelada a maneira de alimentar-se com o Corpo e o Sangue de Jesus, velado sob espécies de pão e vinho consagrados.

Ainda vemos as admoestações de S. Paulo aos Coríntios: "E por isso, todo aquele que comer o pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, torna-se culpado do corpo e do sangue do Senhor... Pois quem come e bebe sem fazer distinção de tal corpo, come e bebe a própria condenação". ( I Cor 11,27-29 ).

A comunhão sob uma ou duas espécies não constitui essencial diferença já que em cada pedacinho de pão e em cada gota de vinho consagrados recebemos Jesus inteiro, vivo e ressuscitado; como consta claramente de suas palavras (Jo 6,51-56): "Eu sou o pão vivo que desceu do céu. E o pão que Eu hei de dar é a minha carne... Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em Mim e Eu nele". Claro, não é um pouquinho de carne ou sangue que recebemos na santa Comunhão, mas o "EU" de Jesus: a Pessoa do Filho de Deus Encarnado e nosso Salvador.

Por isso os primeiros cristãos costumavam levar aos encarcerados pela fé, somente o pão consagrado; e aos doentes que não conseguem engolir um pedacinho da hóstia consagrada, a Igreja recomenda administrar algumas gotas do vinho consagrado. E em grupos, menores e bem preparados, pode-se administrar a Santa Comunhão sob duas espécies. O que mais importa é a viva fé, humildade e piedade diante deste Santíssimo Sacramento do Amor! 

Que pena que pela falta de fé no poder e no amor infinitos de Jesus, tantos se afastaram desta "árvore da vida", presente entre nós até ao fim do mundo, viva na Eucaristia; apesar de suas palavras claras: "Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós" ( Jo 6,53).

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