Existem grandes temas que merecem toda a atenção da Igreja Católica.
Este já é um dos que poderiam ser considerados superados se não fossem os
desinformados e donos de intenções ruins. Qual o lugar das imagens na
Igreja Católica?
Desde o Antigo Testamento o próprio Deus ordenou ou permitiu a
instituição das imagens que levariam as pessoas a entender a salvação, como um tipo de antecipação da salvação através do Verbo
Encarnado, Jesus Cristo, como por exemplo a serpente de bronze (Nm
21,4-9; Sb 16,5-14; Jo3,14-15), a arca da Aliança e os querubins (Ex
25,10-22; 1Rs 6,23-28).
Os católicos sabem que imagens são simplesmente imagens, não tem poder em si mesmas, pois são somente sinais
e não obstante o seu valor representativo, a Igreja existe mesmo onde
não se encontre uma imagem pois a verdadeira imagem é o próprio ser
humano criado à imagem e semelhança de Deus. Isto não quer dizer que as
placas são desnecessárias porque apontam para o lugar certo. Se eu
destruir a foto, evidentemente não destruo a pessoa da foto. Se eu
pisar na foto, evidentemente não piso na pessoa representada na foto.
Mas, como você se sentiria se pegassem uma foto de um ente querido seu e
na sua frente cuspissem nela, a destruíssem ou pisassem nela? Certamente
não ficaríamos muito felizes. Porque embora a foto não seja a pessoa, o
gesto de destruí-la fere gravemente a nossa dignidade.
Ora, a mesma escritura que em Deuteronômio capitulo 4 proíbe imagens é
a mesma escritura que mostra que Moisés, Salomão e outros cunharam ou
talharam imagens. Teria Deus enlouquecido? Poderia a Bíblia
contradizer-se? Quando o povo no deserto foi picado por serpentes Deus manda Moisés
cunhar uma serpente e todo
o que olhasse para esta seria curado. Ora, foi isso que
curou as pessoas? Não, a serpente representava ao Senhor Jesus
Cristo elevado na Cruz. É Ele que cura as pessoas e não a imagem da
serpente. “Moisés fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um
poste. Se alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente
de bronze, conservava a vida.” (Nm 21,9) Tanto é que o povo começa
adorar a imagem como se ela fosse a responsável pela cura e o Senhor
manda Moisés destruí-la:
“Destruiu os lugares altos, quebrou as estelas e cortou os ídolos de
pau asserás. Despedaçou a serpente de bronze que Moisés tinha feito,
porque os israelitas tinham até então queimado incenso diante dela.
(Chamavam-na Nehustã).” (2 Rs 18,4)
Vemos então que o errado é a idolatria e não as imagens. Ou seja, o errado é o ato de idolatrar imagens e não fabricá-las!
Guardai-vos, pois, de fabricar alguma imagem esculpida
representando o que quer que seja, figura de homem ou de mulher,
representação de algum animal que vive na terra ou de um pássaro que voa
nos céus, ou de um réptil que se arrasta sobre a terra, ou de um peixe
que vive nas águas, debaixo da terra. Quando levantares os olhos para o
céu, e vires o sol, a lua, as estrelas, e todo o exército dos céus,
guarda-te de te prostrar diante deles e de render um culto a esses
astros, que o Senhor, teu Deus, deu como partilha a todos os povos que
vivem debaixo do céu. (Dt 4,16-20)
Não esqueçamos que, na época, havia o politeísmo, ou seja, a crença
em vários deuses. A proibição de Deus se refere ao culto de adoração a
alguma imagem que fosse tratada como o próprio Deus. Como, por exemplo, o
povo que faz um bezerro de ouro para adorá-lo no deserto como se fosse o
próprio Deus.“Tiraram todos os brincos de ouro que tinham nas orelhas e
trouxeram-nos a Aarão, o qual, tomando-os em suas mãos, pôs o ouro em um
molde e fez dele um bezerro de metal fundido. Então exclamaram: ‘Eis, ó
Israel, o teu Deus que te tirou do Egito’.” (Ex 32, 3-4)
Veja que Salomão também fez imagens de madeira:
Fez no santuário dois querubins de pau de oliveira, que tinham dez côvados de altura. Cada uma das asas dos querubins tinha cinco côvados, o que fazia dez côvados da extremidade de uma asa à extremidade da outra. Revestiu também de ouro os querubins. Mandou esculpir em relevo em todas as paredes da casa, ao redor, no santuário como no templo, querubins, palmas e flores abertas. Nos dois batentes de pau de oliveira mandou esculpir querubins, palmas e flores desabrochadas, e cobriu-as de ouro; cobriu de ouro tanto os querubins como as palmas. (1 Rs 6,23-32)
Algumas coisas que a Igreja ensina sobre imagens:
“A imagem sacra, representa principalmente Cristo. Ela não pode
representar o Deus invisível e incompreensível; é a encarnação do Filho
de Deus que inaugurou uma nova economia das imagens: ‘Antigamente Deus,
que não tem corpo nem aparência, não podia em absoluto ser representado
por uma imagem. Mas agora, que se mostrou na carne e viveu com os
homens, posso fazer uma imagem daquilo que vi de Deus (…) Com o rosto
descoberto, contemplados a glória do Senhor’”. (São João Damasceno)
“O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento
que proíbe ídolos. De fato ‘a honra prestada a uma imagem é prestada na
verdade a pessoa a ela representada’” (São Basílio).
“O culto da religião não se dirige as imagens em si mesmas como
realidades, mas as considera em seu aspecto próprio de imagens que nos
conduzem ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem,
enquanto tal não termina nela, mas tende para a realidade da qual é a
imagem.” (São Thomás de Aquino)
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