domingo, 26 de fevereiro de 2012

Plano de Ação Pastoral Paroquial (PAPPa) - Documento Oficial




Introdução



A nossa paróquia esteve reunida em Assembléia no mês de dezembro e elencou as suas prioridades para o triênio 2012-2014. Temos a alegria de apresentar agora o Documento conclusivo da Assembléia e que ao mesmo tempo é o norteador de nossas atividades para três anos de atividade pastoral. Para melhor atingirmos nosso objetivo, trazemos aqui apenas o que é relativo às prioridades para 2012: JUVENTUDE & EUCARISTIA. Sendo que cada ano trará seu próprio documento com sua prioridade.

Estamos em um tempo marcado por mudanças cada vez mais velozes e profundas. Mudanças políticas, econômicas, sociais, ecológicas e culturais. Estas transformações trazem em si aspectos positivos e também negativos. Do ponto de vista de sua positividade, percebe-se que a diminuição das distâncias promovida pelo rápido fluxo de informações que une o mundo globalizado, possibilita o desenvolvimento de uma consciência de pertença à grande família humana, que embora espalhada pelos quatro cantos da terra, em meio à diversidade de cores e culturas, constitui um único povo.

Todavia, percebe-se que a diminuição das distâncias geográficas por meio da comunicação, não foi acompanhada pela necessária diminuição da distância econômica. Percebemos, pelo contrário, que o fosso que separa ricos e pobres se tornou cada vez mais profundo, o que constitui um escândalo para um mundo cheio da possibilidade de crescimento e estabilidade. Neste contexto, rostos sofridos e marcados pela perda de sentido e pelo obscurecimento da possibilidade de sonhar com o futuro, feridos pela injustiça e violência interpelam a Igreja de Jesus Cristo, exigindo dela uma resposta que atinja o ser humano em sua totalidade, capaz de aproximá-lo cada vez mais do Pai das Misericórdias que entregou seu Filho Jesus como pão para a vida do mundo. Para dar esta resposta coerente com sua vocação missionária, a Igreja, sinal de salvação no mundo, não pode caminhar no escuro, ou em outras palavras no improviso. É necessário planejamento.

Planejar é projetar o futuro. É analisar qual o passo mais seguro a ser dado. Planejamos de acordo com o que é apresentado por Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus, tendo a mesma intenção: revelar a vontade do Pai e cumpri-la. Foi assim enquanto esteve pelos arredores da Galiléia curando e ensinando. Do mesmo modo quando reuniu os seus em Cesaréia de Filipe e os questionou acerca de sua identidade, para em seguida os apresentar a necessidade de uma subida a Jerusalém.  E também, quando “sabendo que de Deus saíra e para Ele voltaria, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).

É necessário planejar sob as luzes do Espírito Santo, pois seu protagonismo missionário supera os enquadramentos daquilo que é planejado. Planejar é evitar a dispersão por meio da orientação das ações, possibilitando a descoberta dos caminhos apontados pelo Espírito Santo que orienta a Igreja para um encontro cada vez mais profundo e produtivo com Jesus e sua Palavra que nos interpela e nos desafia a responder coerentemente aos desafios do cotidiano.

Um planejamento pastoral não cai pronto do céu, mas é feito a partir da leitura dos sinais dos tempos. Sinais estes que devem ser interpretados à luz do Espírito Santo que, no cotidiano de nossa existência, vai fortalecendo em nossos corações os ensinamentos do divino mestre Jesus. Por essa razão, o planejamento deve tocar as vidas de nossas comunidades. Cada um de nós, em sua condição, movimento ou pastoral deve sentir um projeto pastoral como sendo seu, para que desta forma a nossa Igreja consiga, fazer com que a Palavra de Deus ecoe por todos os cantos da terra, na certeza de que Ele, o Filho de Deus e nosso irmão, sempre estará ao nosso lado a nos motivar para uma ação missionária verdadeiramente libertadora, educando-nos por sua Palavra e Celebrando sua vida unida à nossa como oferta a Deus.

Para que consigamos elaborar um projeto que atenda a estas necessidades, precisamos conhecer nossa identidade, a realidade onde nos encontramos, tanto como Igreja quanto como sociedade. Este Plano de Ação Pastoral Paroquial, carinhosamente chamado de PAPPa, está dividido em três partes:



Parte I - Esta tem como finalidade uma breve apresentação do que vem a ser a Igreja para que em nossos grupos, em nossos conselhos comunitários e em nosso Conselho Pastoral possamos debater sobre a nossa Identidade;



Parte II – Apresentamos algumas linhas de trabalho relativos à catequese e liturgia para que possamos servir melhor à educação na fé de nossas crianças. Nesta parte há um micro subsídio que pode muito bem servir à formação individual de nossos catequistas.



Parte III – Na segunda parte, temos como finalidade apresentar as linhas gerais do que vem a ser o serviço aos jovens e do que pretendemos.



Que o Cristo, Bom Pastor, servo de Deus e bom samaritano, esteja sempre a nos conduzir com suas mãos estendidas em nosso favor, protegendo nossas vidas contra o mal presente no mundo!



Dado e passado em São Pedro e São Paulo, no dia 22 de fevereiro de 2012, por ocasião da Celebração da Quarta Feira de Cinzas, abertura do ciclo Quaresmal.









_____________________________

Padre Dalmo Radimack

Administrador Paroquial de São Pedro e São Paulo



















        




Parte 1

O que significa igreja?



            O vocábulo deriva do grego ‘ecclesia’ (εκκλησία) passado tal e qual ao latim. No grego profano indicava especialmente a assembléia dos cidadãos livres convocada oficialmente para decidir questões de interesse comum, e em seguida qualquer assembléia pública.

No sentido religioso cristão é a convocação feita por Deus Pai através da missão de Jesus e do Espírito, para fazer entrar na própria vida divina o conjunto das pessoas unidas por causa dessa convocação. O termo ‘convocação’ significa um questionamento da liberdade, não uma mera proposta ou, ao contrário, uma forma de imposição (cf. parábola das bodas de Mt 22, 1-14// Lc 14,16-24).

Não se trata de uma assembléia reunida para tomar decisões e traçar planos, mas para ouvir o Senhor e responder a Ele.

Não é uma associação, um clube, voltado para o bem dos próprios membros, num espaço particular das atividades humanas.

Não é uma agremiação espontânea, natural, baseada em necessidades vitais.

Não é uma congregação de pessoas que se reúnem por própria iniciativa.

Não é como a nação ou a família, à qual se pertence sem opção de escolha.



Extensão do termo no uso cristão.



            Além de exprimir o próprio ato de chamar ou convocar, um acontecimento, Igreja indica:

              a comunidade de culto no ato de oferecer o sacrifício que realiza a comunhão com Deus:

            2º a comunidade local toda que vive, a partir do culto, a sua vida inteira e o envio ao mundo;

3º o conjunto das comunidades espalhadas pelo mundo, ou numa região, mas relacionadas entre elas;

4º a totalidade dos cristãos espalhados pelo mundo, portanto, a Igreja ideal;

            5º uma comunidade particular – uma comunidade religiosa, uma associação, uma família¹;

6º a instituição, denominada então eclesiástica, pelo fato de organizar e estruturar a vida das comunidades, e constituída de dirigentes, de estruturas, de obras, de leis e de serviços;

7º a casa ou edifício onde as pessoas se reúnem para o culto, que não é templo nem sinagoga. Estes dois últimos usos do termo estão ausentes no Novo Testamento.



            O aspecto de convocação presente no termo ‘igreja’ possui dupla valência, indicando tanto a igreja já convocada por Deus, como a Igreja que convoca em nome de Deus. Portanto, as pessoas não se reúnem para encontrar um espaço onde viver afinidades naturais, onde enfrentar problemas e satisfazer expectativas pessoais ou comuns, mas para descobrir e alimentar a comunhão na mesma fé e amor à Igreja universal, porque para isso foram chamados por Deus.



           







A Igreja como sujeito e objeto de fé



Não há dúvida que a Igreja é formada por pessoas que vivem da fé em Jesus e respondem à sua convocação. Mas a Igreja é também objeto de fé? O que significa na profissão de fé: “Creio na Igreja”?

            Por ser a Igreja, após a época da sua constituição, anterior às pessoas, as que aderem à fé na comunidade, reconhecem, implicitamente pelo menos, que a Igreja realmente existente foi convocada pela Trindade, e é isso que justifica o querer ser membro dela. Reconhece-se que é necessário não só crer em Deus ou em Jesus, pois a Igreja é sentida como meio necessário para estar unido a Cristo. Simpatia, afinidade, tradição, educação familiar, necessidade natural de agremiação não constituem, pois, motivos exclusivos, como não deveriam ser os principais. Não cremos na Igreja por ela mesma, ou por verificarmos no seu desempenho que ela merece crédito, mas cremos na promessa de Jesus, porque Jesus a chama de ‘minha’ (Mt 16, 18s; 28,20).

            Todavia, a Igreja por si mesma não é objeto de fé, pois a fé plena se dirige somente a Deus. Nós somos convidados a crer em Deus que convoca a humanidade a se constituir como Igreja, cremos na Igreja por ser obra de Deus, cremos em tudo o que a Igreja é por estar unida a Jesus. Não é à Igreja que respondo, mas com a Igreja e como Igreja respondo a Deus. Responder como Igreja é condição ideal da validade da resposta pessoal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

* Caso o comentário seja contrário a fé Católica, contrário a Tradição Católica será deletado.


Queria dizer que...

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.