domingo, 26 de fevereiro de 2012

Plano de Ação Pastoral Paroquial (PAPPa) - Documento Oficial


Parte II
     Catequese

 "A catequese é uma educação da fé das crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente um ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e sistemática, com fim de os iniciar na plenitude da vida cristã". Segundo O Novo Catecismo da Igreja Católica (1992) "no centro da catequese encontramos essencialmente uma Pessoa, a de Jesus Cristo de Nazaré, Filho único do Pai...                 
 A finalidade definitiva da catequese é levar à comunhão com Jesus Cristo: só Ele pode conduzir ao amor do Pai no Espírito e fazer-nos participar da vida da Santíssima Trindade... Todo catequista deveria poder aplicar a si mesmo a misteriosa palavra de Jesus: 'Minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou' (Jo 7,16)" (Catecismo da Igreja Católica, 426-427). Em sua origem, o termo "CATEQUESE" diz respeito à proclamação da Palavra. O termo se liga a um verbo que significa "Fazer" - "Ecoar" (em grego Kat-ekhéo). Assim a catequese tem por objetivo último fazer escutar e repercutir a Palavra de Deus.                              
Desta forma, é missão da Igreja anunciar o Evangelho em todo o mundo, mas, em primeiro lugar, a Palavra de Deus deve ser anunciada aos seus próprios membros. É dentro da Igreja que se desenvolve a formação de seus membros, para que possam depois anunciar a todos a Palavra de Deus. Quando se fala em catequese, muitos pensam na catequese que se prepara as crianças à Primeira Eucaristia. Catequese hoje não se deve confundir com o "dar catecismo".                                                                  
A catequese faz parte da ação evangelizadora da Igreja que envolve aqueles que aderem a Jesus Cristo. Catequese é o ensinamento essencial da fé, não apenas da doutrina como também da vida, levando a uma consciente e ativa participação do mistério litúrgico e irradiando uma ação apostólica. Segundo o Documento de Puebla (1979) e a afirmação dos Bispos do Brasil, a catequese é um processo de educação da fé em comunidade, é dinâmica, é sistemática e permanente. Os Bispos da América Latina reunidos em Santo Domingo (1992) nos disseram": "Damos graças a Deus pelos esforços de tantos e tantas catequistas que cumprem seu serviço eclesial com sacrifício, selado, às vezes, com suas vidas. Contudo, devemos reconhecer como pastores que ainda há muito por fazer.                                                                                                       
Existe ainda muita ignorância religiosa, a catequese não chega a todos e muitas vezes chega em forma superficial, incompleta quanto a seus conteúdos, ou puramente intelectual, sem força para transformar a vida das pessoas e de seus ambientes". Todo cristão que aceita Cristo por inteiro é responsável, em anunciar a Palavra de Deus, a começar por si próprio e pela família. Para tanto, tem uma maturidade cristã de fé e de amor ao próximo e à Igreja.
Catequese um mistério de Deus

De onde vem o chamado para ser Catequista?

          Vamos ver de onde vem o chamado de Deus para o ministério de ser catequista: Os que seguem Jesus e são batizados formam a Igreja.                                                                          

Igreja – assembléia
 O povo de Deus que se reúne e tem uma missão: “Ide, pois, ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do pai, do filho e do espírito santo”. (Mt 28,19) Assim desde o inicio da Igreja existem os ministérios: Ordenados – Bispos - Padres (presbíteros) Diáconos.                                                                                                                                          Bispo: Chefe da Igreja particular ou Diocese. É uma pessoa chave na Igreja, recebe o sacerdócio em plenitude e a ele são dados todos os ministérios.                                                                                         Padre: Colaborador direto do Bispo na evangelização e na distribuição dos ministérios. Pode ser: Diocesanos e Religiosos. Devem: Pregar o evangelho; presidir a eucaristia; exercer o ministério dos sacramentos a eles confiados; animar, coordenar e orientar a comunidade.
Diácono: do grego (diakonia) – serviço Podem ser: Permanente – como ministério permanente ou Provisório em preparação para ser Padre.
Não ordenados – (Leigos) – toda a comunidade Igreja, todos aqueles que, recebendo o Batismo, resolvem assumir o seu papel na comunidade. Entre esses, nós, catequistas.

“A Igreja para cumprimento de sua missão, conta com a diversidade de ministérios. Ao lado dos ministérios hierárquicos, a Igreja reconhece o lugar dos ministérios desprovido de ordem sagrada. Portanto, também os leigos podem sentir-se chamados ou ser chamados a colaborar com os seus pastores a comunidade eclesial, para o crescimento e vida da mesma, exercendo ministérios diversos, conforme a graça e os carismas que o senhor aprouver conceder-lhes.” (Documento de Puebla 804)

Cristo é o centro da Catequese

No centro da catequese encontramos essencialmente a pessoa de Jesus de Nazaré, filho do Pai. Que morreu por nós e agora ressuscitado vive conosco para sempre (catecismo da Igreja Católica 426).

Finalidade da Catequese
Levar a comunhão com Jesus Cristo: só ele pode conduzir ao amor do Pai. Portanto aquele que é chamado a ensinar o Cristo deve conhecê-lo. É desse conhecimento de Cristo que jorra o desejo de anunciá-lo, de evangelizar e de levar outros ao “sim” da fé em Jesus (catecismo da Igreja 428 e 429). Por conta disto, é inaceitável que o catequista não tenha vida de comunidade.

Quem é o Catequista?
O Catequista é antes de tudo alguém que escuta e atende o chamado de Deus (Mt, 9, 37-38). Ele é um mestre em doutrina religiosa, que enviado por Deus, vai despertar e cultivar a fé dos catequizados (catecúmenos). O Catequista é alguém de muita vocação (Ef, 4,1. 2Ts, 1,11).

Virtudes do Catequista:

• Catequista é um mestre de oração (catecismo 2663).                                                                   
     O Catequista é um mediador, que facilita a comunicação entre Deus e o Homem (diretório geral para catequese pág. 162, cap. 156).                                                                  
    • O Catequista é um intérprete da igreja junto aos catequizados (catequese renovada 26, pág 56).
• O Catequista é alguém que catequiza em nome de Deus e da comunidade profética em comunhão com os pastores da igreja (catequese renovada 26, pág 56 nº 146).
• O Catequista é testemunha ativa do evangelho em nome da igreja (diretório geral para catequese pág. 165)

A QUEM É DESTINADA A CATEQUESE

1. É destinada a todo o homem, de modo particular os pobres e os menos favorecidos (diretório geral para catequese pág. 172).
2. A todo batizado porque é chamado por Deus a maturidade da fé (diretório geral para catequese pág 175 nº 167).                                                                                                       
 3. À comunidade cristã que é a origem, lugar e a meta da catequese (diretório geral para catequese pág. 251 nº 253).                                                                                                                                       4. À comunidade eclesial de base (diretório geral para catequese pág. 259 nº 263)
5. Àqueles que desconhecem ou recusam a Deus (Catecismo nº 49).

MISSÃO DO CATEQUISTA

1. A missão primordial da igreja é anunciar a Deus e testemunhá-lo diante do mundo (diretório geral para catequese pág. 25 nº 23). Anunciar o reino de Deus como o próprio Jesus o fez sendo enviado (diretório geral para catequese pág. 37 nº 34)
2. Transmitir aos catequizandos a viva experiência que ele tem dos evangelhos (diretório geral para catequese pág. 65 nº 66)                                                                      
3. Conservar fielmente o evangelho a todos aqueles que decidiram seguir Jesus (diretório geral para catequese pág. 76 nº 78)                                                          
4. O Catequista dedica-se de modo específico ao serviço da palavra tornando-se porta-voz da experiência cristã de toda a comunidade (catequese renovada 26 pág. 55 nº 145)

A CATEQUESE É UM MINISTÉRIO, PORTANTO UM SERVIÇO

          A Catequese é uma prioridade em toda a Igreja, “A Catequese é uma urgência. Só posso admirar os pastores zelosos que em suas Igrejas procuram responder concretamente a essa urgência, fazendo da catequese uma prioridade” (João Paulo II, encontro com os Bispos em Fortaleza 10/07/1980).                                                              
A Igreja precisa de catequistas, porém, catequistas conscientes com a missão de:
CATEQUIZAR, ENSINAR E EVANGELIZAR.


CARACTERÍSTICAS DE UM BOM CATEQUISTA

Espiritualidade profunda – rezar e testemunhar o cristianismo, não perder nunca a intimidade com Deus.                                                                                                                
Integração na comunidade – Participar ativamente de toda a vida da Igreja. O catequista deve exercer o ministério de forma continuada e permanente.
Senso crítico – ler, estudar, e analisar coerentemente os fatos da Igreja do mundo. A alienação é um mal que jamais deve tomar o catequista.
Animação – saber ouvir e dialogar, buscar não mostrar dúvidas e insegurança, animar de tal forma o encontro de catequese, que leve o catequizando a um conhecimento gostoso da doutrina da Igreja.                                                                                     
Qualidade humanas – didática, psicológicas, equilíbrio, carinho.
Formação doutrinária – buscar conhecer a doutrina católica, estudar sobre seus diversos aspectos, através de leituras, cursos etc.                                                            Ser catequista não é ser professor. Aulas são dadas na escola. Os encontros de catequese têm a preocupação de anunciar Jesus e levar o catequizando a uma aproximação maior com a Igreja.

A CATEQUESE É UM PROCESSO PERMANENTE

             A catequese não se restringe apenas à preparação para 1ª Eucaristia. Antigamente muitos pais, diante da preparação para 1ª Eucaristia queriam ver seus filhos o mais rápido possível fazendo ou recebendo a comunhão.                                                          
 O catequista deve deixar bem claro que primeira comunhão não é um evento social, onde se desfilam as roupas bonitas, mas ninguém se preocupa em dar continuidade à vida da Igreja, da mesma forma os outros sacramentos, daí a importância das reuniões com os pais, movimentos paroquiais.
 “O exemplo de Cristo orante: o Senhor Jesus, que passou pela terra fazendo o bem e anunciando a palavra, dedicou, sob o impulso do espírito santo, muitas horas a oração. O cristão, movido pelo espírito santo, há de fazer da oração motivo de sua vida diária e de seu trabalho. A Igreja que ora em seus membros une-se à oração de Cristo” (puebla 932). Por isso durante toda a sua vida o catequista deve ser uma referência em oração, e o grande incentivador de seus catequizandos. O catequista tem esse dever de levar o catequizando a compreender a necessidade desse encontro pessoal com Deus na oração, quem não tem um contato diário com Deus na oração, não é capaz de compreender a própria missão que está no coração do pai, a oração nos leva à ação.
A oração deve ser:
Simples – porque Deus é simples, e se manifesta na simplicidade.                       
Sincera – nós devemos ver Deus como um amigo.
Cheia de amor – Deus é amor, daí é preciso estarmos também com a disposição para amar.

A CATEQUESE LEVA A BÍBLIA

         A Bíblia é o livro da catequese por excelência (catequese renovada 26, pág 58 nº 154). O catequista deve fazer uma catequese inteiramente baseada na Bíblia, buscando na palavra de Deus a base do ensinamento do catequizando, o catequista tem a obrigação de ter um profundo conhecimento da sagrada escritura.

O CATEQUISTA E A EUCARISTIA

            A celebração eucarística, centro da sacramentalidade da Igreja e presença mais plena de Cristo no meio da comunidade, é o centro e o ponto culminante de toda vida sacramental. (Puebla 923)                                                                                                    
A Eucaristia está no centro da liturgia, e em redor dela todos os outros sacramentos, por isso o catequista tem que ser espelho de uma fidelidade constante ao corpo e sangue do senhor, participando da Sagrada Eucaristia, vivendo como Igreja e procurando aprender sempre mais sobre o Valor da Eucaristia.

ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O CATEQUISTA

Ao iniciarmos uma caminhada catequética é necessário ter um momento para maior entrosamento entre os catequistas da comunidade. Para isso é necessário um encontro semanal para preparação dos encontros, partilha de idéias e experiências de trabalho. Também um encontro mensal, para se fazer uma avaliação das atividades desenvolvidas no referido mês, seguida de um momento de espiritualidade, bem como de encontros freqüentes com os pais dos catequizandos.


COMO FAZER UM ENCONTRO COM OS CATEQUIZANDOS

Ao prepararmos o Encontro de catequese, devemos nos preocupar com o catequizando: sua vida, suas expectativas.                                                                                         
QUANTO AO LOCAL DO ENCONTRO                                                          
 • Deverá está em ordem, limpo e agradável. Os catequistas podem convidar os catequizandos para ajudar na arrumação.                                                                           
• Utilizar cartazes, figuras sobre o tema em questão, enfeitar o ambiente para despertar nos catequizandos interesse pelo tema.                                                
 • A Bíblia deve ocupar lugar de destaque no local do encontro. Usar flores, toalhas e velas sempre que possível.                                                                                                        
 • Os catequizandos deverão sentar-se em círculo, para que todos possam ver a todos. Essa é uma maneira de discerni sobre sala de aula e sala de encontro de catequese.

QUANTO AO ACOLHIMENTO

• Para acolher bem os catequizandos o catequista deverá chegar um tempo antes do horário de inicio do encontro para receber a todos com igual atenção, sem demonstrar preferências. Terrível quando as crianças chegam e a secretaria tem que ligar para a catequista para saber se ela vem!
• Ter um momento de diálogo com os catequizandos, questionando-os sobre o que fizeram durante a semana, como estão se sentindo, o que desejam receber na catequese. Não deve ser um relatório mais sim uma conversa espontânea.
• O ponto de vista do catequizando deve ser respeitado, e sua opinião ser ouvida com bastante atenção.                                                                                                                   
• O catequista deve dizer sempre a verdade. Se não souber responder a alguma pergunta, deverá se comprometer em procurar a resposta e trazer no próximo encontro.
• Não chamar a atenção dos catequizandos na frente de outras pessoas.
• Se o catequizando tiver algum problema, o catequista deve procurar ser amigo dele para ajudá-lo a superar suas dificuldades.                                                                           
• Criar dinâmicas de acolhimento e no decorrer do encontro.

QUANTO À LINGUAGEM           
• A linguagem deve ser clara, coerente e simples:                                                             
• Nunca falar em tom infantil, mas naturalmente, com firmeza e simplicidade;
• Ter atenção com determinadas palavras que costumamos usar: Catequese não é um curso, nem escola. Em vez de “aula” falar “encontro”. Não fazer “provas” nem dar “notas” nem castigos. Que o relacionamento não seja de “professor” e “aluno”.
• Essas coisas existem na escola, mas não na catequese, que é o encontro do catequizando com Jesus Cristo e com a comunidade.

QUANTO A ORGANIZAÇÃO

O Catequista deve utilizar uma pasta com materiais para anotar os dados principais do catequizando: Idade, endereço, escolaridade etc.                                                             
Anotar também a freqüência nos encontros.                                                     
 Fazer uma ficha individual de participação para assim acompanhar o catequizando.


A coordenação de Catequese

Todos nós somos líderes. Bom ou ruim somos líderes. Vou falar das sete características de um líder. Pode ser líder na família, na Igreja, no país, mas ele tem sete características muito importantes.

A característica principal de um líder é a visão.
Ele sabe olhar, olha e descobre coisas novas, caminhos novos porque tem visão. Um líder se identifica pela sua visão. O líder que tem visão olha além dos outros, é capaz de descobrir aquilo que os outros não descobrem. Ele tem como um telescópio para olhar longe aquilo que os outros não podem olhar. Enquanto muitos caminham com os olhos no chão, ele olha para o céu para descobrir novas estrelas. Ele sabe olhar o final do caminho, não fica parado para ver o que acontece. Sabe aproveitar tudo, também nos erros, e aprende com eles.
                                                                                             
Segunda característica de um líder: líder não olha para trás, olha para frente.
O líder é aquele que diz: “olha para frente”. O marinheiro quando deixa o mar não olha para trás, mas para frente. Não olha para o passado, mas para o futuro e sabe ver adiante. Se você caminha olhando para trás, você vai ter torcicolo. O grito do líder é sempre: “bola para frente”. Tem um otimismo para ver para frente.  Paulo de Tarso era um líder que sempre dizia: “olhemos para frente”. Não é a pessoa que te escraviza, você mesmo é quem se escraviza quando vive no passado e não vive o presente e nem vê o futuro.                                                                                                                    

Terceira característica do líder: o líder dá boas notícias, é aquele que descobre e grita: “terra a vista”.  
O líder não anuncia coisas ruins, anuncia boas novas. Terceira característica do líder anuncia boas novas. Por que temos essa visão negativa de estar sempre dizendo coisas ruins? O líder acredita na visão e compartilha com os outros

Quarta característica do líder: o líder partilha sua visão com outros, contagia os outros com sua visão, acredita na sua visão, naquilo que ele pode sonhar.
A visão não é para você, mas para compartilhar com os outros. O líder acredita na visão e compartilha com os outros, não esconde a luz debaixo da mesa, compartilha a luz para que outros tenham a mesma visão. Esse é um passo importantíssimo, o líder faz os outros olhar de perto aquilo que ele olhou de longe.                                                                                                                                                                                                     
Quinta característica do líder: o líder define um objetivo.          
   O objetivo deve ser um, se você tem dois objetivos, começa a se dividir. O líder é aquele que é capaz de definir um objetivo. Paulo de Tarso era um líder fantástico, pois definiu um único objetivo, evangelizar. Paulo tinha muito claro o objetivo de sua vida. Você tem claro um objetivo na sua vida?                                                                                                                 
Sexta característica do líder: o líder contagia, é aquele que tem fonte de energia positiva para os outros, ele dá coragem.           
O líder sempre diz que é possível, ele dá coragem aos outros para caminhar por caminhos virgens, nas fronteiras. Ele não tira a coragem dos outros, ele dá coragem. Você dá coragem ou tira coragem dos outros?                                                     

Sétima característica do líder: o líder faz aterrissagem         
Não basta navegar é preciso saber onde vai ancorar. Um líder é aquele que sabe fazer a estratégia para conseguir o objetivo, não basta ter um sonho, é necessário também fazer aterrissagem. Não basta dizer lá está o objetivo, mas um plano para alcançar esse objetivo.

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