sábado, 12 de novembro de 2011

Homilia para o domingo 13 de novembro - Parte I

No Evangelho deste domingo, nós somos conduzidos pelo evangelista Mateus e encontramos a parábola que ficou conhecida como a parábola dos talentos. Tomando a sério, como sempre devemos fazer, esta parábola contada por Mateus, vamos perceber uma grande quantidade de elementos que causam perplexidade. Neste trecho do Evangelho encontramos um quadro da nossa própria sociedade: oportunista, interesseira e anti-comunitária, regida pela dinâmica do lucro. O senhor da parábola é apresentado como ambicioso e preocupado com suas riquezas. Ele confia seus bens e viaja. Na sua volta, ele cobra dos servos o que deixou em suas mãos e promove dois deles, justamente os que conseguiram lucrar. Mas entre os servos, há um que não é tão eficiente na multiplicação dos talentos. E este é taxado de "mau e preguiçoso". O senhor é exigente e reclama porque não teve lucro do talento que confiou. O que nos deixa perplexos são as palavras do próprio senhor do Evangelho, ele se apresenta como aquele que "colhe onde não planta e ajunta onde não semeia". Estamos diante de uma imagem que representa na verdade, os patrões deste mundo que conseguem fortunas às custas dos trabalhos de seus empregados! E o destino do empregado que não produz é ser lançado na escuridão. Dele é tirado tudo! Então a nós caberá uma pergunta: o que Jesus espera de nós ao contar uma parábola que traz em si elementos que são em determinados momentos contrários a outros elementos defendidos por ele mesmo? Esta parábola apresenta nossa sociedade, mas não como modelo e sim como algo a ser criticada, desconstruída e refeita a partir de uma nova ordem, e nova ordem das coisas, é chamado de Reino dos Céus! Antes de falarmos porque Jesus recorre a estas imagens, devemos ver outros aspectos. Como já dissemos em outros momentos, irmãos e irmãs, as parábolas são sempre desafios propostos para quem as escuta, desta maneira, vemos os senhores deste mundo que se esforçam para fortalecer ainda mais o que já construíram. Isto nos é comum em todos os setores de nossa sociedade, é para isto que somos dirigidos pela propaganda nas TVs, no cinema, nos jornais, nas revistas e na internet. Mesmo o evangelho, lido de forma ideológica, pode nos conduzir a este mesmo tipo de pensamento! Não é isto que vemos no discurso da teologia da prosperidade, do pare de sofrer? Na experiência intimista e capitalista de determinados seguimentos religiosos? A nitidez do Evangelho e a coerência de Jesus nos mostra que o coração do evangelho de hoje é a certeza de que se os senhores deste mundo se empenham em lucrar, e acumular coisas que passam, muito mais devemos nós fazer para adquirir aquilo que não passa, aquilo que não perece, não envelhece, não se mancha, nem murcha. O que parece negativo na imagem do senhor começa a mudar quando vemos qual é a riqueza que ele confia: TALENTOS! Assim, esta parábola se converte para nós em referência relativa aos princípios do reino de DEUS, no serviço que prestamos ao Senhor e ao caráter dos seus servos. Desta maneira, colocados no contexto da mensagem do Evangelho, podemos perceber que o senhor que se ausenta, o dono da propriedade, não deixa nenhum fiscal para acompanhar o trabalho destes servos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

* Caso o comentário seja contrário a fé Católica, contrário a Tradição Católica será deletado.


Queria dizer que...

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.