quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Eucaristia - tesouro da Igreja

Que texto maravilhoso, que nos mostra indubitavelmente como sempre a Eucaristia foi celebrada e tida como verdadeiro “Corpo e Sangue do Senhor” ! A organização da liturgia eucarística, acaba por formar a Santa Missa, baseando – se no duplo mistério de união com Cristo e comunhão humana.

“É tal a importância da eucaristia na vida cristã, que desde as origens, assume o lugar central nas cerimônias. Quando se pergunta aos primeiros cristãos em que consiste o essencial do seu culto, sempre mencionarão o repasto sagrado (...) E assim se organiza, num duplo mistério de união com Cristo e de Comunhão humana, esse conjunto cerimonial em que se leva a cabo e se resume o essencial da tradição e da fé cristãs a que damos o nome de Missa.”[ cf. ROPS, Daniel. A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires, Vol I, Quadrante, 1988,p.212]

Descrevo agora (transcrevendo resumidamente) segundo DANIEL – ROPS, como era “Uma missa nos primeiros tempos da Igreja”.

“Os textos dos mais antigos escritores cristãos, as descobertas arqueológicas e as pinturas das catacumbas permitem-nos fazer uma idéia bastante completa do que podia ser a celebração da missa nos primeiros tempos do Cristianismo (...) É no domingo, dia comemorativo da Ressurreição, que substituiu o Sabbath para os cristãos que a missa tem toda a sua solenidade. Na tarde da véspera, houve a devida preparação por meio de preces, salmos e instruções piedosas. É a vigília. Quando se anuncia o novo dia, à meia noite, começa a cerimônia propriamente dita, para acabar ad lucem, com o despontar da aurora; as nossas missas de meia noite conservam ainda a lembrança dessa antiga prática [“ levanta-te na hora em que o galo canta – escreve Santo Hipólito – e reza, por que esta é a hora em que os filhos de Israel renegaram Cristo e em que nós, que cremos pela fé, olhamos cheios de esperança para a aproximação da luz eterna”] (...) Começa então a Missa que compreende duas grandes partes: uma mais geral, a que os catecúmenos podem assistir, e a outra reservada aos fiéis, em que se realizam o sacrifício e o mistério. A primeira parte é uma espécie de introdução ao sacrifício, vai ser de oração e instrução, pois é necessário preparar os espíritos e os corações para se abrirem ao mistério. Em nome do povo, um diácono ora; é a rogação ou ladainha. Tal como se lê nas Constituições Apostólicas, compilação do século IV, em que se recolheram tradições bem mais antigas, essa súplica dizia assim: “Roguemos a Deus pelos catecúmenos, a fim de que Ele, que é bom e ama os homens, escute as suas orações e as acolha com favor. Que Ele lhes revela a Boa Nova do seu Cristo, os ilumine no conhecimento divino e os instrua nos seus mandamentos”.

Segui-se uma série de pedidos dirigidos ao Senhor: pelos catecúmenos e pelos recém - batizados, pelos doentes e pelos cativos; pelos condenados às minas; pelos mártires que esperam o suplício, e também, conforme o preceito da caridade, por aqueles que os torturaram e os enviam a morte. A cada um destes apelos a multidão responde com estas palavras gregas que ainda hoje pronunciamos: Kyrie elesion! Senhor, acolhei as nossas súplicas! Em seguida, reunindo de algum modo todas as inquietações e todas as esperanças numa breve e comovente oração, o celebrante pronuncia a coleta, a oração de apelo de todos ao Único: “Deus todo - poderoso e eterno, consolação de todos os que estão tristes, força dos trabalhadores, que a súplica de todos os que sofrem chegue até Vós e que, através das suas penas, todos se regozijem com a vossa misericórdia!” E a voz unânime da assistência responde em sinal de assentimento: “Amém” – Assim seja!



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