quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Eucaristia - tesouro da Igreja

Diante do mistério de Amor que se realiza na Santa Missa, temos a consciência (os que não tem deveriam ter) do Amor de Jesus para com cada um de nós, se doando como alimento para a nossa redenção, tornando-nos “cristóforos” ! (portadores de Cristo).

“’O mérito da Santa Missa é infinito, pois infinito é o mérito da Vítima imolada no altar. Esse sacrifício é latrêutico, e quer dizer: com a Santa Missa se dá à Santíssima Trindade honra e adoração; é eucarístico, e quer dizer: com a Santa Missa se dão graças à Santíssima Trindade que por todas as mercês e benefícios recebidos; é impetratório, e quer dizer: a Santa Missa tem eficácia para obter as graças e a misericórdia divinas; é satisfatório, e quer dizer: a Santa Missa tem valor para satisfazer a todas as dívidas por nós contraídas com Deus (Cípulo)’ A missa é uma oração – a melhor das orações; a rainha como a chama São Francisco de Sales. Nela reza Jesus Cristo, Homem – Deus. Nós temos apenas de associar-nos. “O que pedirdes ao Pai em meu nome ele vo-lo dará” (Jo 16,32b), disse Nosso Senhor. E São João Crisóstomo: “Durante a missa nossas orações apóiam-se sobre a oração de Jesus Cristo” [TREVISAN, Celestino André. A Eucaristia. São Paulo: Raboni, 1995, p.9]

Por tudo isso, a Eucaristia é o maior tesouro da Igreja, o maior e o melhor presente que Deus pôde nos dar, como nos assegura Santo Agostinho: “Sendo Deus onipotente, não pode dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar mais; e sendo riquíssimo não teve mais o que dar” [AQUINO, Felipe. Escola da Fé I:Sagrada Tradição. Lorena-SP: Cléofas, 2000,p.90]
Também o Santo Padre Bento XVI, em sua primeira Encíclica Deus Caritas Est, alude à Eucaristia como prova do Amor de Deus para com o ser humano, demonstrando mais uma vez a sublimidade da Eucaristia:

“(...) A Eucaristia arrasta-nos no ato oblativo de Jesus. Não é só de modo estático que recebemos o Logos encarnado, mas ficamos envolvidos na dinâmica de sua doação. (...) A “mística” do sacramento, que se funda no rebaixamento de Deus até nós, é de uma alcance muito diverso, e conduz muito mais alto do que qualquer mística elevação do ser humano poderia realizar. (...) A união com Cristo é, ao mesmo tempo, união com todos os outros, aos quais ele se entrega.(...) O Amor a Deus e o amor ao próximo estão agora, verdadeiramente juntos: o Deus encarnado atraiu-nos todos a si. Assim se compreende por que o termo ágape se tenha tornado, também um nome da eucaristia . (Bento XVI in: Carta Encíclica Deus Caritas Est nº 13-14 – Coleção a voz do Papa nº 189. 2ªed. São Paulo: Paulinas 2006,p.26-27)

Passemos a analisar (historicamente) agora, como a Eucaristia era tida desde o início do Cristianismo, para por fim apresentarmos uma visão de como era uma Celebração Eucarística (Missa) nos primeiros tempos da Igreja, baseando-nos, de forma resumida, nas palavras do grande historiador da Academia Francesa de Letras DANIEL – ROPS. Verdadeiramente, desde o início do Cristianismo a Eucaristia – palavra grega que significa “ação de Graças” – é tida como cerimônia fundamental da vida cristã, resumindo numa só manifestação o “núcleo essencial” do ensino de Jesus e Sua paixão.

“Eis –nos perante o mais venerável e o mais antigo dos ritos, aquele que pudemos ver logo nos primeiros dias da Igreja nascente e que, após dois mil anos, subsiste como elemento supremo do culto cristão. A forma de celebrá-lo pode ter variado nos pormenores, mas o fundo permanece intacto (...) Não há dúvida de que, na origem, a Eucaristia foi uma cerimônia comemorativa, que reproduzia a Última Ceia tomada por Jesus com os seus Apóstolos e no decorrer da qual lhes ordenara: “Fazei isto em memória de mim”. Nos Atos dos Apóstolos (cfr. 2,42 e 20,11) esta cerimônia é chamada “fração do pão”, o que mostra bem que com ela se evocava a última ceia de Cristo. Mas, ao mesmo tempo, não é menos certo que se apresenta carregada de uma realidade espiritual.

As palavras de Cristo que precederam imediatamente a ordem de comemoração tem um sentido que não nos permite ver neste “repasto eucarístico” uma simples recordação. “Isto é o meu corpo; este é o meu sangue”: São palavras misteriosas que, naquele momento, representavam apenas um esclarecimento ao discurso sobre o pão da vida, mas que, uma vez explicitadas pelo drama do Calvário e pela Ressurreição, se tornaram para os cristãos um verdadeiro penhor, um dos penhores espirituais que lhes permitiriam desenvolver a sua ação. Este sentido propriamente místico da Eucaristia foi afirmado desde os primeiros tempos. “O cálice da benção, que consagramos – diz São Paulo –, não é a comunhão do sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo?” (1 Cor 10,16). Nunca os cristãos se desviarão desta convicção [exceto os protestantes...] “A Eucaristia – escreve Santo Inácio de Antioquia – é a carne do nosso Salvador Jesus Cristo, a carne que sofreu pelos nossos pecados, a carne que, na sua bondade, o Pai ressuscitou” (Esmirna, VII,1). E São Justino, o grande apologista do século II, mostra perfeitamente o lugar central que ocupa na fé e o seu alcance: “Chamamos a este alimento Eucaristia, e ninguém pode ter parte nele se não acreditar na verdade da nossa doutrina, se não tiver recebido o batismo para a remissão dos pecados e a regeneração, e se não viver conforme os preceitos de Cristo. Por que nós não tomamos este alimento como um pão comum e uma bebida comum; mas assim como Nosso Salvador Jesus Cristo, encarnado por virtude do Verbo de Deus, tomou carne e sangue para a nossa salvação, assim o alimento consagrado pela oração de Cristo, esse alimento deve, por assimilação, nutrir nosso sangue e a nossa carne, é a carne e o sangue de Jesus encarnado. Eis a nossa doutrina” (Apol., LXVI)” [cf. ROPS, Daniel. A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires, Vol I, Quadrante, 1988,p.210-211]



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