Alguns afirmam que Jesus foi batizado no rio Jordão por imersão. Mas, os Evangelhos
não falam disso! Pode ter sido batizado como o apresentam antigas estampas:
ficando com os pés no rio, enquanto S. João lhe derramava a água, com a mão, na
cabeça. Na verdade, o modo de molhar o corpo com a água não tem importância!
Senão seria prescrito!
Outros afirmam que
"baptizare, em grego, significa "imergir na água", logo... Os
biblistas, porém, documentam que em várias passagens da Bíblia esta palavra
significa, igualmente, "lavar" ou "molhar" na água as mãos,
os dedos, os pés etc. São Paulo usa esta palavra em 1 Cor 10,2: "Todos
(os Israelitas ) foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar
". (como símbolo do batismo cristão). Sabemos, porém, que este batismo não
aconteceu por imersão pois os Israelitas junto com todas as crianças,
passaram o mar vermelho a pé enxuto, tocando a areia úmida do mar. Quem
tomou o "batismo por imersão", foram os soldados egípcios! E todos
pereceram! (Ex.14,19-20). No batismo vale mais a fé em Deus e a
obediência a seu legítimo representante do que a maneira de aplicar a água.
Alguns textos bíblicos
indicam o batismo feito por imposição. Em At 8,36-38 lemos sobre o
batismo do eunuco etíope, feito pelo diácono Filipe, no Caminho entre Jerusalém
e Gaza, onde não existe nenhum rio ou lagoa, em que seria possível batizá-la
por imersão. Há apenas pequenas nascentes. At 9,18-19 relata o
batismo de Saulo convertido numa casa de Damasco. Não havia piscina nem tempo
para batismo por imersão; pois, lemos: "Imediatamente lhe caíram dos olhos
como escamas, e recuperou a vista. Levantando-se, foi batizado, e
tomando alimento, recuperou as forças." Igualmente em Filipos (At
16,33) S. Paulo batizou o carcereiro convertido: "Naquela hora da
noite (o carcereiro) lavou-lhe as chagas e imediatamente foi batizado ele e
toda sua família". E nos cárceres romanos não havia piscinas!
Como no caso acima, assim
também na ocasião do batismo de Lídia e de Estéfanas, S. Paulo menciona que Lídia
recebeu o batismo "com todos os de sua casa "(At 16, 14-15) e
"batizei a família de Estéfanas" (1 Cor 1,16 ), onde, certamente,
não faltavam crianças pequenas.O próprio Jesus afirma a
Nicodemos: "Em verdade, em verdade te digo, que quem não renascer da
água e do Espírito Santo, não pode entrar no Reino de Deus". Para os
primeiros cristãos esta regra valia igualmente para as crianças. Por
isso Santo Ireneu (que viveu entre 140 a 204) escreveu: "Jesus veio salvar
a todos os que através dele nasceram de novo de Deus: os recém-nascidos, os
meninos, os jovens e os velhos" (Contra os hereges. Livro 2 ). Orígenes (185-255) escreve:
"A igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar batismo aos
recém-nascidos". (carta aos romanos. Livro 5,9).
Na "Nova e Eterna
Aliança" o batismo substituiu a circuncisão da "Antiga Aliança",
como rito da entrada para o povo escolhido de Deus. Ora, se o próprio Deus
ordenou a Abraão circuncidar os meninos já no 8° dia depois do nascimento, sem
exigir dele uma fé adulta e livre escolha, então não seria lógico recusar o
batismo às crianças dos pais cristãos, por causa de tais exigências. Por isso a Igreja Católica
recomenda batizar as crianças dentro do primeiro mês, após o nascimento.
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