sábado, 5 de julho de 2014

Eu vos darei descanso

Caros irmãos e irmãs, hoje nós estamos diante de um trecho do Evangelho que nos convida a refletir sobre a oposição a Jesus. Primeiro por parte das autoridades políticas e religiosas da época mas também, abrindo o tempo à luz do Evangelho, meditar sobre as oposições feitas hoje.
A grande motivação para podermos entender um pouco melhor esta temática é a pergunta sobre o Messianismo de Jesus. A pergunta sobre seu Messianismo é  a porta para a compreensão de toda a oposição feita a ele. A pergunta nos é feita por ninguém menos que o próprio precursor de Jesus. Os enviados de João trazem a pergunta: "És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?" (11,3).
A resposta de Jesus convida tanto João quanto seus mensageiros a retomar a tradição dos profetas de Israel: "Voltem e contem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciada a Boa Notícia".
A resposta de Jesus convida a todos a observarem os sinais do Reinado de Deus presente no meio do seu próprio povo. Mas este reinado de Deus não se efetiva mediante palavras e sim por força das ações de Jesus, de seu serviço e de sua inclinação preferencial pelos pobres. Muito há de ser questionado de nosso jeito de viver o cristianismo, pois as palavras são até belas, mas as condutas nem sempre condizem. Mesmo em meio aos grandes sinais, vemos que Jesus sofre com a não aceitação das autoridades religiosas de seu mundo chamados neste trecho de sábios e entendidos. Sua mensagem de justiça e liberdade não cabe nos moldes estabelecidos pelos teólogos de sua religião. Aqui percebe-se que o louvor de Jesus é justamente pelo fato de não poder ser catalogado pelos mestres da Lei e Fariseus. Somente um coração desprovido do desejo de colocar Deus em um esquema teológico e doutrinário pode ver a vontade de Deus. Nisto seu louvor exalta a vontade de Deus que se fez compreender e alcançar pelos pequenos, pelos pobres!
Mas parece um tanto egoísta afirmar que alguns compreendem e recebem e outros não, no entanto, o problema não está em Deus, mas nos seres humanos a quem é dirigida a revelação divina. Eles têm a capacidade de acolhê-la, e ser assim causa de alegria para Deus, ou rejeitá-la. Ser seguidor de Jesus não é algo a ser professado com os lábios mas com a vida! Nisto consiste o erro de muitas de nossas expressões religiosas pois embora pautadas em palavras de vida, não possuem vida alguma. Porque o dito seguidor de Jesus é um seguidor de si mesmo e o Jesus que professa como seu Salvador é só uma projeção de próprio ego doentio e mesquinho. Não pense que você vai conhecer os seguidores de Jesus por meio de suas palavras, pois não vai! Conhecerá por meio da vida que este mostre. 
A vida cristã não é uma doutrina, um esquema teológico mas um modo de viver e este muito claro: vive-se como ressuscitado quando se vive com Jesus! Oferta seu próprio peso para receber o de Jesus no verdadeiro seguimento cristão pois fazer da nossa vida a vida de Jesus é a essência de nossa religião. Se não for assim nossa religião será um paganismo. Por fim, a vida cristã é uma demonstração de uma fé em Deus desprovida de todo medo pois Deus é um Pai que ama e acolhe a todos. Basta que atendamos com o coração sincero o convite do Mestre: "vinde a mim!"

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