Caros irmãos e irmãs, hoje nós estamos diante de um trecho do Evangelho
que nos convida a refletir sobre a oposição a Jesus. Primeiro por
parte das autoridades políticas e religiosas da época mas também,
abrindo o tempo à luz do Evangelho, meditar sobre as oposições feitas
hoje.
A grande motivação para podermos entender um pouco melhor esta temática é
a pergunta sobre o Messianismo de Jesus. A pergunta sobre seu
Messianismo é a porta para a compreensão de toda a oposição feita a
ele. A pergunta nos é feita por ninguém menos que o próprio precursor de
Jesus. Os enviados de João trazem a pergunta: "És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?" (11,3).
A resposta de Jesus convida tanto João quanto seus mensageiros a retomar a tradição dos profetas de Israel: "Voltem e contem a João o que vocês estão
ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os
leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos
pobres é anunciada a Boa Notícia".
A resposta de Jesus convida a todos a observarem os sinais do Reinado de
Deus presente no meio do seu próprio povo. Mas este reinado de Deus não
se efetiva mediante palavras e sim por força das ações de Jesus, de seu
serviço e de sua inclinação preferencial pelos pobres. Muito há de ser
questionado de nosso jeito de viver o cristianismo, pois as palavras são
até belas, mas as condutas nem sempre condizem. Mesmo em meio aos
grandes sinais, vemos que Jesus sofre com a não aceitação das autoridades religiosas de seu mundo chamados neste trecho de sábios e entendidos.
Sua mensagem de justiça e liberdade não cabe nos moldes estabelecidos
pelos teólogos de sua religião. Aqui percebe-se que o louvor de Jesus é
justamente pelo fato de não poder ser catalogado pelos mestres da Lei e
Fariseus. Somente um coração desprovido do desejo de colocar Deus em um
esquema teológico e doutrinário pode ver a vontade de Deus. Nisto seu
louvor exalta a vontade de Deus que se fez compreender e alcançar pelos
pequenos, pelos pobres!
Mas parece um tanto egoísta afirmar que alguns compreendem e recebem e
outros não, no entanto, o problema não está em Deus, mas nos seres
humanos a quem é dirigida a
revelação divina. Eles têm a capacidade de acolhê-la, e ser assim causa
de alegria para Deus, ou rejeitá-la. Ser seguidor de Jesus não é algo a
ser professado com os lábios mas com a vida! Nisto consiste o erro de
muitas de nossas expressões religiosas pois embora pautadas em palavras
de vida, não possuem vida alguma. Porque o dito seguidor de Jesus é um
seguidor de si mesmo e o Jesus que professa como seu Salvador é só uma
projeção de próprio ego doentio e mesquinho. Não pense que você vai
conhecer os seguidores de Jesus por meio de suas palavras, pois não vai!
Conhecerá por meio da vida que este mostre.
A vida cristã não é uma doutrina, um esquema teológico mas um modo de
viver e este muito claro: vive-se como ressuscitado quando se vive com
Jesus! Oferta seu próprio peso para receber o de Jesus no verdadeiro
seguimento cristão pois fazer da nossa vida a vida de Jesus é a essência
de nossa religião. Se não for assim nossa religião será um paganismo.
Por fim, a vida cristã é uma demonstração de uma fé em Deus desprovida
de todo medo pois Deus é um Pai que ama e acolhe a todos. Basta que
atendamos com o coração sincero o convite do Mestre: "vinde a mim!"
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