- Durante o tempo da Quaresma, agora iniciado, um aspecto será muito importante em nossa vida de conversão: a transparência, a sinceridade de coração. Quando ouvimos que não é apenas para rasgar as vestes externas, mas o coração; que não é para pronunciar os louvores de Deus apenas com os lábios, mas com o coração, recordamos a advertência do Sermão da Montanha no domingo que precedeu a Quaresma: não basta dizer Senhor, Senhor!
Entra no reino quem tem diante dos olhos, como seu horizonte, a vontade de Deus, as suas palavras. Daí a urgência, para nós e para as nossas comunidades, de sermos transparentes e coerentes. Que estejamos unidos com a Igreja que santifica, instrui, guia acolhendo, anunciando nos fatos e nas suas escolhas concretas a misericórdia de Deus, fazendo sentir-se perdoados, encontrando realmente os pobres. Somos chamados a olhar o mundo e os homens com o olhar misericordioso do Pai para que não nos tornemos cegos, olhando somente para nós mesmos.
São Palavras para estarem em nossa mente e em nossas atitudes (como se as amarrássemos na fronte e nas mãos), de tal forma que concretamente e com toda transparência busquemos uma vida de sincera conversão. Ouvir e colocar a Palavra em prática! Somente se estivermos abertos à graça de Deus e assim formos capacitados a amar, perdoar, acolher e respeitar, a nossa vida estará firme, será segura, porque estaremos colocando em prática o que disse o Senhor. Só assim nossa vida estará sendo construída sobre a rocha.
Construir a casa sobre a areia, ou seja, quando apenas ouvimos, mas não colocamos em prática, é o mesmo que buscar a si mesmo, fechar se, não sendo capaz de olhar para frente, não dar-se conta, pensar pequeno, cuidar apenas dos próprios interesses. Precisamos construir sobre a rocha, colocando em prática a Palavra, construir sobre o coração de Deus!
Corremos o risco de uma vida fechada como se vivêssemos uma dissociação que faz movimentar a vida em vias paralelas ou em andares separados. De uma parte Deus, a quem dirigimos a nossa oração, a nossa meditação, a nossa ação em seu Nome; de outra, os nossos interesses e o resto da vida. É como se provássemos salvar a obediência a Deus e, ao mesmo tempo, subtrairmo-nos às exigências que a conversão exige. É nessa direção que precisamos buscar a coerência neste tempo quaresmal agora iniciado. Que a nossa vida transpareça as nossas convicções e vice-versa.
Nos domingos anteriores, quando escutamos a boa notícia da figura do homem novo no Sermão da Montana, meditamos sobre as palavras de Jesus, que diz que nós não podemos servir a dois senhores: eis que às vezes a nossa vida é uma desastrada tentativa de servir a dois senhores. O Evangelho sugere-nos que é da nossa vida cotidiana que se compreende verdadeiramente se temos ou não um só Senhor; é da vida cotidiana que dizemos aos outros quem é verdadeiramente o nosso Senhor.
Que o tempo de conversão e o silêncio da Quaresma nos encontrem disponíveis a dar passos nessa direção, correspondendo melhor ao chamado de Deus para vivermos o nosso Batismo, a nossa vida cristã com coerência e alegria.
Entra no reino quem tem diante dos olhos, como seu horizonte, a vontade de Deus, as suas palavras. Daí a urgência, para nós e para as nossas comunidades, de sermos transparentes e coerentes. Que estejamos unidos com a Igreja que santifica, instrui, guia acolhendo, anunciando nos fatos e nas suas escolhas concretas a misericórdia de Deus, fazendo sentir-se perdoados, encontrando realmente os pobres. Somos chamados a olhar o mundo e os homens com o olhar misericordioso do Pai para que não nos tornemos cegos, olhando somente para nós mesmos.
São Palavras para estarem em nossa mente e em nossas atitudes (como se as amarrássemos na fronte e nas mãos), de tal forma que concretamente e com toda transparência busquemos uma vida de sincera conversão. Ouvir e colocar a Palavra em prática! Somente se estivermos abertos à graça de Deus e assim formos capacitados a amar, perdoar, acolher e respeitar, a nossa vida estará firme, será segura, porque estaremos colocando em prática o que disse o Senhor. Só assim nossa vida estará sendo construída sobre a rocha.
Construir a casa sobre a areia, ou seja, quando apenas ouvimos, mas não colocamos em prática, é o mesmo que buscar a si mesmo, fechar se, não sendo capaz de olhar para frente, não dar-se conta, pensar pequeno, cuidar apenas dos próprios interesses. Precisamos construir sobre a rocha, colocando em prática a Palavra, construir sobre o coração de Deus!
Corremos o risco de uma vida fechada como se vivêssemos uma dissociação que faz movimentar a vida em vias paralelas ou em andares separados. De uma parte Deus, a quem dirigimos a nossa oração, a nossa meditação, a nossa ação em seu Nome; de outra, os nossos interesses e o resto da vida. É como se provássemos salvar a obediência a Deus e, ao mesmo tempo, subtrairmo-nos às exigências que a conversão exige. É nessa direção que precisamos buscar a coerência neste tempo quaresmal agora iniciado. Que a nossa vida transpareça as nossas convicções e vice-versa.
Nos domingos anteriores, quando escutamos a boa notícia da figura do homem novo no Sermão da Montana, meditamos sobre as palavras de Jesus, que diz que nós não podemos servir a dois senhores: eis que às vezes a nossa vida é uma desastrada tentativa de servir a dois senhores. O Evangelho sugere-nos que é da nossa vida cotidiana que se compreende verdadeiramente se temos ou não um só Senhor; é da vida cotidiana que dizemos aos outros quem é verdadeiramente o nosso Senhor.
Que o tempo de conversão e o silêncio da Quaresma nos encontrem disponíveis a dar passos nessa direção, correspondendo melhor ao chamado de Deus para vivermos o nosso Batismo, a nossa vida cristã com coerência e alegria.
por, † Orani João Tempesta, O. Cist. , Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
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