terça-feira, 3 de maio de 2011

Número dois: Maria e Isabel

Para compreendermos mais um pouco sobre todo o apreço que a Igreja Católica possui por Maria, é de suma importância retomarmos o texto do encontro entre Maria e sua parenta Isabel. Tomemos o texto de Lc 1,39-56:

“Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se às pressas, a uma cidade da Judéia. Entrou na casa de Zacarias, e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com forte grito, exclamou: ‘Tu és bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do teu ventre. Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? ’ Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre. Bem aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu’ Então Maria disse: “Minha alma proclama a grandeza do Senhor, meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me felicitarão, porque o Todo Poderoso realizou grandes obras em meu favor: seu nome é santo, e sua misericórdia chega aos que o temem, de geração em geração. Ele realiza proezas com seu braço: dispersa os soberbos de coração, derruba do trono os poderosos e eleva os humildes; aos famintos enche de bens e despede os ricos de mãos vazias. Socorre Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera aos nossos pais em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre’ Maria ficou três meses com Isabel; e depois voltou para casa.”

            Deste trecho profundo do Evangelho escrito por São Lucas, retiramos três pontos para nossa meditação:
Primeiro: ‘Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com forte grito, exclamou: ‘Tu és bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do teu ventre. Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar?’ Para começar a meditação, é necessário recordar aos que dizem que Maria é uma mulher qualquer, o fato de Isabel ter dito que Maria é a Mãe do Senhor. Se Jesus é aquele no qual podemos ver a plenitude da divindade (Cl 1,15-19). Puríssima deveria ser a mulher que o traria ao mundo, então, chamar Maria de qualquer, é na verdade desconhecer quem é Jesus. Todavia o texto diz que apenas aqueles que estiverem com o Espírito Santo de Deus podem reconhecer tanto Jesus como Senhor quanto Maria como sua mãe. Sem o Espírito Santo ninguém pode acolher o mistério da vida de Deus que se faz um de nós em seu Filho amado Jesus. Nascido de uma mulher, na plenitude dos tempos (Gl 4,4).
            Pelo que aconteceu com Isabel, é preciso estar atento, pois ela fica cheia do Espírito Santo, o mesmo Espírito que cobriu Maria com sua sombra a engravidou, tornando-a sacrário de Deus na história. Por isso, logo entendemos que é o mesmo Espírito que engravidou Maria que nos leva a reconhecer quem é ela e quem é o menino que está em seu seio. O não reconhecimento de Maria e seu papel no projeto de Deus para a humanidade constitui endurecimento de coração diante do Espírito Santo ou pior ainda, rejeição do mesmo Espírito que nos leva a reconhecer aquele que vem nos visitar, o Cristo de Deus. Maria não é a salvadora. Há apenas um salvador, Cristo Jesus, todavia, para que o salvador pudesse nos visitar como homem, quis Deus, o Todo poderoso, esperar o sim daquela moça simples do vilarejo de Nazaré.  
Segundo: ‘Bem aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu’ Este trecho é muito importante quando confrontado com mais dois do Evangelho: Mc 3,31-35; Lc 11, 27-28. No texto de Marcos, Jesus diz que seus irmãos e sua mãe são os que fazem a vontade de Deus. No segundo, alguém diz que bendito o ventre que gerou e os seios que amamentaram Jesus. E ele responde que benditos são os que praticam a Palavra de Deus. Muitos são os que se valem deste texto para criticar Maria como se sua felicidade e bem aventurança fosse fruto do fato de trazer Jesus ao mundo. Sua felicidade consiste em Deus ter feito maravilhas em sua vida. Ter olhado para a humildade de sua serva e ter cumprido as promessas realizadas no passado. Por isso Maria é feliz. E retomando as palavras de Jesus nos textos citados (Mc 3,31-35; Lc 11,27-28), percebemos que a primeira desta lista dos que fazem a vontade de Deus é justamente Maria, conforme Lc 1,38.
Terceiro, “Doravante todas as gerações me felicitarão, porque o Todo Poderoso realizou grandes obras em meu favor: seu nome é santo, e sua misericórdia chega aos que o temem, de geração em geração. Ele realiza proezas com seu braço: dispersa os soberbos de coração, derruba do trono os poderosos e eleva os humildes; aos famintos enche de bens e despede os ricos de mãos vazias. Socorre Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera aos nossos pais em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre’ Maria ficou três meses com Isabel; e depois voltou para casa.” Todas as gerações felicitarão Maria, e felicitar é o mesmo que bendizar, ou chamar de bem aventurada, bendita! Por isso se justifica todo o zelo, respeito e carinho confiante que nós católicos temos por Maria, a mãe de Deus Filho.
Ela diz que será assim reconhecida não por si mesma, mas por conta do que aconteceu em sua vida: “o Todo Poderoso realizou grandes obras em meu favor: seu nome é santo, e sua misericórdia chega aos que o temem, de geração em geração. Ele realiza proezas com seu braço: dispersa os soberbos de coração, derruba do trono os poderosos e eleva os humildes; aos famintos enche de bens e despede os ricos de mãos vazias. Socorre Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera aos nossos pais em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”.
Segundo este texto de São Lucas, por meio de Maria, Deus cumpre todas as promessas que havia feito aos homens a partir de Abraão e de seus descendentes para todo sempre. Como para todo sempre nos inclui, cantamos as maravilhas que Deus fez aos homens, dando-nos seu Filho Jesus como Libertador e irmão por meio do sim da virgem Maria. A nós cabe como Isabel, tomados pela presença do Espírito Santo de Deus reconhecer que Deus amou tanto o mundo que nos deu seu filho Unigênito para que todos os que nele crêem não pereçam, mas encontrem a vida eterna. E tudo isso aconteceu porque uma de nós abriu ao amor de Deus sua vida e se dispôs no extremo da liberdade, a acolher em seu seio o Filho Eterno de Deus. Aquele que sustenta toda a criação!
É, portanto inadmissível para os que dizem conhecer a Escritura não fazer aquilo que o próprio texto sagrado diz a respeito da mais sublime de todas as servas de Deus. Pois se o próprio texto sagrado afirma que somente por obra do Espírito Santo é possível reconhecer Maria como a mãe do Senhor, não o fazê-lo, é na mais simples hipótese não se abrir a Deus que quer nos alcançar e se fazer presente em nossas vidas por meio de Jesus, pois na pior das hipóteses pode-se incorrer, por meio de tão ferrenha negação do papel de Maria, em pecado contra o Espírito Santo que segundo os textos do Evangelho é o pecado sem perdão!
Pecar contra o Espírito Santo é não reconhecer como vinda de Deus a ação salvífica de Jesus que está presente em nosso meio, e além de não reconhecer como vinda de Deus, dizer que é fruto de ação do demônio. O mesmo pode ocorrer com quem demoniza a Igreja e a virgem Maria porque se Maria não é a serva humilde que atrai sobre si o olhar do Todo poderoso e por isso não deve ser chamada de bendita entre todas as mulheres, então o Espírito Santo enganou Isabel, quando a fez exclamar que Maria era a mãe do seu Senhor? Por acreditar na ação do Espírito Santo, e na Escritura a Igreja se põe como Isabel, fiel e esperançosa no Deus que realiza maravilha em seus servos e clama: Ave Maria, Cheia de Graça, o Senhor é convosco, bendita sóis vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre: JESUS!


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