sábado, 21 de agosto de 2010

A Igreja Católica e asexualidade: parte III

A Sagrada Escritura trata da sexualidade com equilíbrio e com um olhar sereno; ela está integrada na vida das pessoas e situada na criação. Trata-se de um dado fundamental do ser humano, homem e mulher. É tranqüila a afirmação, hoje, por parte da Igreja Católica de que “a sexualidade humana é, portanto, um Bem: parte daquele dom criado que Deus viu ser ‘muito bom’, quando criou a pessoa humana à sua imagem e semelhança e ‘homem e mulher os criou’ (Gn 1,27)”. A Bíblia aborda a sexualidade em todos os gêneros literários, quer na narrativa e a lei, quer na profecia e a sabedoria e em tantas formas líricas. Com isso, a Igreja Católica tem claro que a sexualidade humana “é um componente fundamental da personalidade”, bem como “parte integrante da capacidade concreta de amor que Deus inscreveu no homem e na mulher”. Assim, ela constitui-se num dom de Deus, numa das maiores riquezas do ser humano. É por meio dela que crescemos como pessoas, como família, como comunidade e como sociedade. A sexualidade nos reenvia igualmente a algo fundamental no ser humano: o Amor! A sexualidade nos remete constantemente ao outro, à outra, sendo por isso fator de humanização e de sociabilização. Este caráter relacional, na reciprocidade com o outro, tem no amor e no dom de si os elementos chave para a realização humana. “O amor quer doar, criar o bem, tornar feliz”. “O ser humano é chamado ao amor e ao dom de si”. Como pessoas de fé, sabemos que a sexualidade enquanto dom encontra sua real fecundidade no amor. Por isso, o posicionamento da Igreja Católica é claro, ao afirmar: A sexualidade deve ser orientada, elevada e integrada pelo amor que é o único a torná-la verdadeiramente humana. Preparada pelo desenvolvimento biológico e psíquico, cresce harmonicamente e realiza-se em sentido pleno somente com a conquista da maturidade afetiva, que se manifesta no amor desinteressado e no total dom de si.

Este amor cultiva o bem, quer ver as pessoas felizes, investe numa sociedade justa e fraterna. “O amor é verdadeiro quando cria o bem das pessoas e da sociedade, cria-o e dá-o aos outros”. Supera-se, assim, qualquer forma de narcisismo, de individualismo e de indiferença. A sexualidade adquire no amor o ser rosto verdadeiramente humano e humanizante; integra a civilização do amor como caminho natural da Igreja, sendo esta a sua contribuição à sociedade. Vivida assim, a sexualidade aproxima as pessoas, cria comunhão entre elas, constrói o bem, edifica a justiça, cultiva o amor e torna-se inclusive caminho para o próprio Deus. Ela torna visível a imagem e semelhança de Deus em nós.


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