sábado, 18 de outubro de 2014

Eucaristia, Pão da Paz e da Liberdade

Agora que estamos mais próximos do domingo, apresento uma pequenina meditação sobre a Eucaristia. Proponho um caminho que conduza à contemplação como Pão da Paz e da Liberdade. Escolhi propositalmente estas duas designações porque muito se fala sobre a Paz, muitos almejam liberdade. Entretanto, digo antecipadamente que estas duas realidades só conhecem uma fonte: o coração de Jesus de Nazaré. Esta fonte brota ininterruptamente para cada um de nós ao nos reunirmos para celebrar a Eucaristia. Quando falo "celebrar" peço que imagine a celebração e para além dela a nossa vida porque a Eucaristia se efetiva em cada vida que se deixa conduzir pelos sonhos do Nazareno que nos mostrou a face até então escondida de Deus. 

A Eucaristia é o Pão da Paz justamente por ser o Pão da Liberdade! Liberdade de Deus que oferece a si mesmo em favor de todos. Liberdade de Cristo que paga com a própria vida a coerência desconcertante de quem ousou chamar a Deus de Pai e se fez crítico de tudo o que aprisiona o homem. Na Eucaristia nos é ofertada a liberdade do próprio Pai que nos chamou e nos mantêm reunidos como Seu Povo apesar de nossas muitas fraquezas e incoerências. Também a liberdade do Filho que não teme enfrentar profeticamente toda uma estrutura de perversidade na qual a vida é atacada. Liberdade do Espírito Santo que nos conduz ao coração do Filho para que este nos mostre o Pai. A Eucaristia é pão da liberdade que pacifica quem se aproxima com o coração sincero. Daqui e somente daqui se pode entender a profundidade de Francisco de Assis que diante de tão sublime mistério se irmanou com todos e com tudo desejando ser o instrumento da Paz, Paz que renova, que é capaz de transformar o ódio em amor, a ofensa em perdão. Só aqui se entende a força de Hélder Câmara que reconhecia livre e pacificamente no mais pobre, no último de sua sociedade o próprio Cristo. E também somente aqui se entende a força que movia Zilda Arns a se entregar pelas crianças necessitadas. É na Eucaristia que se encontra a liberdade de quem mesmo em meio a angústias e perseguições reza pelo caluniadores desejando a todos eles PAZ! Só se oferece a paz porque a Eucaristia nos traz a Paz. A Eucaristia faz a Igreja da Paz entendida como a união dos discípulos com Jesus, que está com eles e à frente deles, como Mestre, Pastor e Sacerdote. A  Eucaristia torna “visível” o mistério a Igreja e de sua missão consoladora no mundo.

A Eucaristia é Pão da Paz e Liberdade porque Jesus é o autor da Paz e Deus livremente entregue ao mundo. Anunciamos a morte de Jesus, proclamamos sua gloriosa ressurreição e crescemos na esperança de participar da plenitude da salvação na Eucaristia. É a vida de Deus que nos é oferecida, de um Deus crucificado por toda a injustiça presente no mesmo. A Cruz é escândalo porque é crime! E por isso não nos envergonhamos da Cruz pois o Pai fez Justiça a seu Filho e estendeu misericórdia ao mundo inteiro, perdão aos algozes e paz aos que se reaproximam dele. Na celebração da Eucaristia, somos a humanidade que crê e espera ansiosa o Dia da Salvação, enquanto suplica: “Maranatá! Vem, Senhor Jesus, vem!” (cf Ap  22,20).

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