domingo, 9 de setembro de 2012

Abre-te! Homilia para o XXIII Domingo do Tempo Comum



Com este Evangelho, retomamos as homilias dominicais em nosso blog. 

A nossa Igreja vem vivendo o Sínodo em preparação para a celebração de seus 100 anos. E este mês comumente é dedicado à Palavra de Deus. No mês de outubro, a Igreja abrirá o Ano da Fé! Esta porta pela qual todos entramos na comunhão com Cristo, é aberta para nós por meio dos Sacramentos da Iniciação Cristã. Este é um tempo propício para meditarmos sobre nossa vocação como Igreja Particular uma vez que para que nossa fé se fortaleça e nossa consciência cristã se torna límpida, é necessário uma purificação pela Palavra de Deus, é necessário que se abram nossos ouvidos e nosso coração! Neste domingo somos colocados diante de Marcos 7,31-37, uma verdadeira catequese sobre a nova Criação inaugurada por Jesus.
A pergunta central do Evangelho de Marcos é Quem é Jesus? Já no versículo primeiro ele nos oferece a resposta: Início do Evangelho de Jesus, o Messias e Filho de Deus. Ao longo de todo o Evangelho estaremos em  uma grande jornada na qual o autor vai nos mostrando de forma pedagógica a justificativa desta afirmação sobre Jesus.  Consequentemente, da pergunta sobre a identidade de Jesus nos virá outra, e esta é  sobre a identidade dos discípulos. Este relato pode ser compreendido a partir destas duas perguntas, assim, encontramos aqui uma dupla finalidade neste relato: a primeira delas consiste em apresentar Jesus como o artífice de uma nova criação e a segunda, uma imagem acerca do significado do discipulado.
 Sobre a primeira parte, devemos perceber que a cura do surdo que tinha dificuldades para falar deve ser lida no contexto do Evangelho do domingo passado no qual Jesus derruba a barreira entre o puro e o impuro e consequentemente a distinção entre Judeus e Pagãos, fazendo da Salvação um dom universal.  Esta universalidade se expressa primeiramente pelo local onde a cura acontece, estamos com Jesus em um ambiente pagão.  A expressão “Jesus faz bem todas as coisas” encontra paralelo com “Deus viu que era bom” presente no livro do Gênesis em sete ocasiões do primeiro capítulo (Gn 1,4.10.12.18.21.25.31). Em Gênesis, estamos diante do ato criador de Deus, que em sua bondade expressou toda a sua vontade. Agora, com o evangelista Marcos, estamos diante da eficaz Palavra de Jesus que restaura o que o pecado esmagou e devolve à criação a ordem desejada por Deus.
  Mais do que um milagre, este relato quer nos falar sobre a restauração de tudo trazida por Jesus. A nova ordem das coisas, o reinado de Deus, a novíssima criação em Cristo.  Sobre a identidade dos discípulos, ou a identidade da Igreja de Jesus, esta se revela por meio da Palavra do próprio Jesus. Esta ação da Palavra está expressa na riqueza dos sinais presentes neste trecho do Evangelho. O processo da cura é um processo de iniciação cristã e este se desenvolve a partir de passos. O primeiro deles é a retirada do homem do meio da multidão.




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