Hoje a Igreja celebra a Solenidade da Epifania do Senhor. O termo Epifania, do grego Ἐπιφάνεια, significa "aparição", podendo também significar “manifestação ao redor de” Muitos estudiosos do grego acham que o termo que melhor expressaria a riqueza desta celebração seria Diafania que pode significar “manifestação através de”. Deixando de lado esse debate, a Epifania é a assunção humana de Cristo, quando o filho do Criador dá-se a conhecer ao Mundo. Podemos dizer que quatro epifanias acontecem ao longo da vida de Jesus de Nazaré: aos três reis magos, após o Batismo, nas Bodas de Caná e no alto da cruz quando reconhecido por um centurião romano.
Então qual o significado desta Solenidade?
Chegou a verdadeira luz
Na primeira leitura da Celebração Eucarística de hoje encontramos a grande preparação dos profetas para o evento que se realiza no Evangelho: “Levanta-te, resplandece, Jerusalém, porque chegou a tua luz e a glória do Senhor nasceu sobre ti. Porque eis que as trevas cobrirão a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti nascerá o Senhor, e a sua glória se verá em ti. E as nações caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor da tua aurora. Ergue a vista e olha em torno de ti: todos se reúnem e vêm ao teu encontro; os teus filhos chegam de longe.”
Os reis magos que fazem uma grande jornada para chegar até o Menino Deus representam em primeiro lugar, todas as raças e nações pois a salvação não faz distinção de pessoas, é aberta a todos. E em segundo lugar, os magos representam todos aqueles que procuram sentido na sua vida, aqueles que em meio a escuridão do mundo, aguardam um sinal vindo do alto. Os magos são sinal de uma outra cultura, outra religião, na linguagem comum, pagãos que se submetem às profecias dos hebreus e aguardam o rei que primeiramente veio para os judeus. Os magos são pessoas que nem mesmo acreditavam no que os judeus acreditavam, em um primeiro momento, todavia, viram na fé dos judeus, em suas profecias, o sentido para a vida. São Bernardo diz que Quem os guiou também os instruiu; e quem os advertiu externamente, por meio de uma estrela, foi o mesmo que os iluminou no íntimo do coração. E assim eles não obedecem a Herodes e voltam por outro caminho. Antes, viram a estrela, agora ouviram a vontade de Deus e obedeceram. O Evangelho de hoje nos faz ver que a vida é um caminho e que sempre estamos a procura de sentido, de luz para a escuridão presente em nossas vidas por conta do nosso pecado, do nosso medo e da nossa falta de confiança no amor de Deus. Esse caminho pode ser uma linha até Jesus desde que o busquemos e quem o busca não é o santo, o iluminado, quem o busca é quem deseja mudar de vida, quem deseja reencontrar o verdadeiro caminho para a felicidade.
Uma pedagogia do encontro
Uma pedagogia do encontro
Logo que chegaram a Jerusalém; talvez pensassem que era o final da viagem, mas na grande cidade não encontraram o rei dos judeus que acaba de nascer. Talvez se tivessem dirigido diretamente ao palácio de Herodes, e era humanamente o mais lógico, pois tratava-se de procurar um rei. Mas os caminhos dos homens não são, freqüentemente, os caminhos de Deus. Indagam, empregam os meios ao seu alcance: Onde está?, perguntam. E Deus, quando queremos encontrá-lo de verdade, vem em nossa ajuda, indica-nos o caminho, por vezes servindo-se de meios que poderiam parecer-nos menos aptos.
“Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? (Mt 2, 2).
“Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? (Mt 2, 2).
O Evangelho de Lucas também nos leva a este mesmo drama, pois aqui, os magos não encontraram Jesus no lugar mais lógico que seria o palácio do rei, e em Lucas, encontramos Jesus reclinado numa manjedoura (Lc 2, 12), num lugar próprio para animais. Onde está, Senhor, a tua realeza: o diadema, a espada, o cetro? Pertencem-lhe, e Ele não os quer; reina envolto em panos. É um Rei pequenino, que se apresenta indefeso; é uma criança.
“Onde está o Rei? Não será que Jesus deseja reinar antes de tudo no coração, no teu coração? Foi por isso que se fez Menino, porque quem há que não ame uma criança? Onde está o Rei? Onde está o Cristo que o Espírito Santo procura formar em nossa alma?”
E nós, que, como os Magos, nos pusemos a caminho muitas vezes em busca de Cristo, ao perguntarmo-nos onde está, percebemos que Ele “não pode estar na soberba, que nos separa de Deus; não pode estar na falta de caridade, que nos isola. Aí não pode estar Cristo; aí o homem fica só”.Temos que encontrar os verdadeiros sinais que levam ao Menino-Deus. Nesses homens que foram chamados a adorar a Deus, reconhecemos a humanidade: a do passado, a dos nossos dias e a que virá. Nesses Magos reconhecemo-nos a nós mesmos, que caminhamos para Cristo através dos nossos afazeres familiares, sociais e profissionais, da fidelidade ao pequeno dever de cada momento...
A estrela que guia os magos, para São Boaventura tem um tríplice significado: primeiro, a Sagrada Escritura, que devemos conhecer muito bem; depois, uma estrela que está sempre no alto para que a divisemos e encontremos a direção certa, que é Maria, nossa Mãe; e uma estrela interior, pessoal, que são as graças do Espírito Santo. Com essas ajudas encontraremos em todos os momentos o caminho que conduz a Belém.
Foi o Senhor quem colocou nos nossos corações o desejo de procurá-lo: Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi a vós. A sua chamada contínua é a que nos faz encontrá-lo no Santo Evangelho, na oração, nos sacramentos, no recurso filial a Santa Maria e de modo muito especial na Sagrada Eucaristia, onde sempre nos espera. A nossa Mãe do Céu anima-nos a apressar o passo, porque o seu Filho nos espera.
Dentro de algum tempo, talvez não muito, a estrela que fomos seguindo ao longo desta vida terrena brilhará perpetuamente sobre as nossas cabeças; e voltaremos a encontrar Jesus, agora sentado num trono, à direita de Deus Pai e envolto na plenitude do seu poder e glória, e, muito perto, sua Mãe. Então terá chegado para nós a perfeita epifania, a radiante manifestação do Filho de Deus.
E nós, que, como os Magos, nos pusemos a caminho muitas vezes em busca de Cristo, ao perguntarmo-nos onde está, percebemos que Ele “não pode estar na soberba, que nos separa de Deus; não pode estar na falta de caridade, que nos isola. Aí não pode estar Cristo; aí o homem fica só”.Temos que encontrar os verdadeiros sinais que levam ao Menino-Deus. Nesses homens que foram chamados a adorar a Deus, reconhecemos a humanidade: a do passado, a dos nossos dias e a que virá. Nesses Magos reconhecemo-nos a nós mesmos, que caminhamos para Cristo através dos nossos afazeres familiares, sociais e profissionais, da fidelidade ao pequeno dever de cada momento...
A estrela que guia os magos, para São Boaventura tem um tríplice significado: primeiro, a Sagrada Escritura, que devemos conhecer muito bem; depois, uma estrela que está sempre no alto para que a divisemos e encontremos a direção certa, que é Maria, nossa Mãe; e uma estrela interior, pessoal, que são as graças do Espírito Santo. Com essas ajudas encontraremos em todos os momentos o caminho que conduz a Belém.
Foi o Senhor quem colocou nos nossos corações o desejo de procurá-lo: Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi a vós. A sua chamada contínua é a que nos faz encontrá-lo no Santo Evangelho, na oração, nos sacramentos, no recurso filial a Santa Maria e de modo muito especial na Sagrada Eucaristia, onde sempre nos espera. A nossa Mãe do Céu anima-nos a apressar o passo, porque o seu Filho nos espera.
Dentro de algum tempo, talvez não muito, a estrela que fomos seguindo ao longo desta vida terrena brilhará perpetuamente sobre as nossas cabeças; e voltaremos a encontrar Jesus, agora sentado num trono, à direita de Deus Pai e envolto na plenitude do seu poder e glória, e, muito perto, sua Mãe. Então terá chegado para nós a perfeita epifania, a radiante manifestação do Filho de Deus.
Um novo ardor na vida cristã
Somos convidados na liturgia de hoje a renovar o espírito apostólico que o Senhor semeou no nosso coração. Esta festa foi considerada desde o princípio como a primeira manifestação de Cristo a todos os povos. “Com o nascimento de Jesus, acendeu-se uma estrela luminosa; caravanas de povos põem-se em marcha (cf. Is 60, 1ss.); abrem-se novos caminhos sobre a terra; caminhos que chegam e, do mesmo modo, caminhos que partem. Cristo é o centro. Mais ainda, Cristo é o coração: começou uma nova circulação que nunca mais terminará. Está destinada a constituir um programa, uma necessidade, uma urgência, um esforço contínuo, que tem a sua razão de ser no fato de Cristo ser o Salvador. Cristo é necessário [...]. Cristo quer ser anunciado, pregado, difundido”. A festa de hoje recorda-nos que temos de levar Cristo conosco e dá-lo a conhecer a toda a sociedade, por meio do exemplo e da palavra: na família, nos hospitais, na Universidade, no lugar onde trabalhamos.
“Levanta a vista e olha em torno de ti; os teus filhos chegam de longe.” Ou seja, de todos os lugares e de todas as situações em que se possam encontrar, por muito distantes de Deus que pareçam estar. No nosso coração ressoa o convite que um dia o Senhor fará aos que o seguem: “Ide, pois, e ensinai a todos os povos”. Não importa que os nossos familiares, amigos ou companheiros se encontrem longe. A graça de Deus é mais poderosa e, com a sua ajuda, podemos conseguir que se unam a nós para adorar Jesus.
Não nos aproximemos hoje de Jesus de mãos vazias. Ele não precisa dos nossos dons, pois é Dono de tudo o que existe, mas nos pede um coração generoso, para que assim se dilate e possa receber mais graças e bens. Hoje pomos à sua disposição o ouro puro da caridade: ao menos o desejo de amá-lo mais e de tratar melhor a todos; o incenso das orações e das boas obras convertidas em oração; a mirra dos nossos sacrifícios que, unidos ao Sacrifício da Cruz, nos convertem em co-redentores com Ele.
E enfim, possamos perceber os nossos caminhos se achegarem ao local onde Maria está com o Menino Deus sob os cuidados de São José e renovados possamos trilhar novos caminhos em nossas vidas, caminhos de paz, justiça, solidariedade e confiança no amor de Deus que nos ama apesar de todos os nossos pecados.
Não nos aproximemos hoje de Jesus de mãos vazias. Ele não precisa dos nossos dons, pois é Dono de tudo o que existe, mas nos pede um coração generoso, para que assim se dilate e possa receber mais graças e bens. Hoje pomos à sua disposição o ouro puro da caridade: ao menos o desejo de amá-lo mais e de tratar melhor a todos; o incenso das orações e das boas obras convertidas em oração; a mirra dos nossos sacrifícios que, unidos ao Sacrifício da Cruz, nos convertem em co-redentores com Ele.
E enfim, possamos perceber os nossos caminhos se achegarem ao local onde Maria está com o Menino Deus sob os cuidados de São José e renovados possamos trilhar novos caminhos em nossas vidas, caminhos de paz, justiça, solidariedade e confiança no amor de Deus que nos ama apesar de todos os nossos pecados.
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