A primeira coisa que tenho a dizer é que não pretendo fazer uma avaliação, não é tempo para isto, nem tenho estatura teológica para tal papel. Quero fazer apenas considerações acerca do que tenho visto acontecer nestes meses de Pontificado do Papa Francisco. Sobre o Papa Francisco a primeira coisa a ser dita é que ele é necessariamente o que a Igreja precisa neste momento.
Até então ele tem chamado a atenção por sua humildade e acessibilidade. Quando nós escutamos o mundo inteiro falar de humildade e acessibilidade de um Papa, nós temos duas reações. A primeira delas é de felicidade em ver isto no Papa. A segunda é de preocupação porque humildade e acessibilidade sempre deveriam ser marcas presentes na vida da Igreja de Jesus. E em seguida vem uma pergunta: estamos vendo isso só agora? A presença de Francisco e seus discursos possuem forte teor profético porque parece que por muito tempo estamos meio distanciados de tudo isto que agora vemos nele. Quando se fala de humildade reconhecemos que esta nos aproxima de Jesus de Nazaré que sendo Deus, despojou-se de si mesmo e se fez semelhante a nós. A humildade é a chave que nos abre a porta dos céus, porque Jesus, sendo rico se fez pobre e em sua pobreza nos tornou ricos! Assim sendo humildade nunca deveria estar em falta no meio dos seguidores de Jesus. Por isso, a presença de Francisco critica o que muitas vezes nos falta e nos mostra o que devemos ser e testemunhar.
Se escutamos todos dizerem que o Papa é um homem acessível nos alegra porque reabre para nós um caminho para um reencontro com o que essencialmente somos e nos preocupa porque se estamos vendo isto nele pode ser porque nos faltou por muito tempo esta acessibilidade e assim estivemos escondidos de nossa própria identidade. Como ele mesmo disse, uma Igreja distante dos filhos, faz com que estes se encaminhem para outros rumos. Sem humildade e sem acessibilidade teremos uma Igreja estranha aos seus filhos e indiferentes a eles. Este teor profético do Papa se expressou desde o início quando ele optou pelo nome Francisco. Nunca um Papa se chamou Francisco e a escolha deste nome reflete uma opção de Igreja, um modelo eclesial. Assim como o Francisco de Assis, o Francisco de Roma é pobre! Aqui reencontramos um outro aspecto que faz parte de nossa identidade: a pobreza! Pobreza no sentido de desapego e distanciamento de toda mentalidade egoísta e alimentada pela busca desenfreada de dinheiro e de poder!
Esta Igreja Pobre no sentido expresso acima, está mais próxima dos invisíveis sociais, dos últimos e das vítimas da ganância e consequentemente, estes se sentiram mais Igreja porque à medida que a Igreja participa da vida de todos os sofredores e pobres, naturalmente se torna voz dos pobres e assim retomaremos a profecia, parte essencial da Tradição de Jesus. Uma Igreja pobre e voz dos pobres fielmente alinhada à vida de Jesus de Nazaré. Isto também já esteve na fala do Santo Padre em diversos momentos e na entrevista dada ao Fantástico mais ainda quando afirmou que a notícia de queda de bolsas de valores pelo mundo causam mais espanto que a fome e morte de milhares de crianças do mundo.
Poderíamos dizer que em pouco tempo este Papa conseguiu mostrar uma imagem da Igreja que há muito o mundo esperava: uma Igreja próxima e que se deseja coerente. Ao mesmo tempo, não temos medo de errar ao afirmar que ele tem mostrado a Igreja para a própria Igreja tendo como finalidade uma cultura do encontro e do diálogo produtivo e emancipador. É pouco tempo mas já vemos uma nova imagem de Papa e esperamos que esta imagem de Papa, possa se estender para outros setores da Igreja que necessitam ser revigorados e até reconstruídos!
Vida longa e muita coragem ao Papa Francisco!
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