"Boas festas!" Feliz ano novo!" Feliz Natal!" Feliz Natal?
"Mas o que de fato é um Natal feliz?", alguém podeira perguntar. Reunir a família, estar com os amigos, dar e ganhar presentes... Essas seriam respostas razoáveis para qualquer mortal. Com ênfase no ganhar presentes, claro.
E muitos, em busca dos tais presentes, se deleitam sonhando com as possíveis prendas das brincadeiras de amigo secreto, esperando ansiosos pelo dia da revelação de seu benfeitor até então desconhecido. Outros muitos se angustiam ao pensar numa forma de não decepcionar seus filhos ou parentes próximos na tentativa de oferecer-lhes um presente caro ou sofisticado ou as duas coisas juntas de preferência. E entram no crediário de longas prestações para preencher um átimo de tempo que durará, talvez, menos que uma quimera quando perceberem que suas dádivas duraram menos que as dívidas, que a gratidão dos que queriam agradar virou, em pouco tempo, vaga lembrança...
Eis um aspecto do consumismo que poucos se esmeram em contemplar, mas que é quase palpável de tão real, quase tangível de tão comum. As angústias e ansiedades na busca de um "ter" fugaz geram no "ser" frustrações e decepções longamente duradouras. Poucos compreendem que no período do Natal buscam avidamente coisas, cacarecos, quinquilharias que em breve serão trastes. E por causa dessa inconsequência, tantos e tantos também se sentem interiormente uns trastes. Depois do Natal, existe uma nuvem de depressivos e frustrados.
Ah, se no tempo do Natal todos compreendêssemos o valor transitório das coisas e lembrássemos de Quem realmente é importante nesse tempo! Ah, se fôssemos coerentes e prestássemos homenagens e presenteássemos o Verdadeiro Festejado, certamente buscaríamos um presente que só se acha no coração, daríamos para o Aniversariante um coração realmente agradecido!
Entope-se a mente de coisas e abandona-se facilmente a essência: o Natal é o aniversário de nascimento de Jesus de Nazaré, uma data que deveria ser carregada de consideração à Sua humildade, à Sua História de entrega e à história de nossa salvação, de nossa alegria, a verdadeira alegria...
Ofereço-lhe, logo abaixo, algo para refletir sobre nossa tendência ao consumismo, nossa teimosia em apegar-nos às coisas, uma estorinha que permite-nos lembrar do que realmente importa e que não passará: as pessoas se preenchem de amor, não de coisas. Podemos, sim, presentear; mas não podemos nos esquecer do essencial: antes de qualquer presente há que se buscar avidamente o dar-se em presença.
Fique com a história, leve-a para as diversas confraternizações, mande-a para seus amigos; sim, isso fará um grande bem a muitos. Mas lembre-se também do Aniversariante e propague este lema: neste Natal, dê um presente para Jesus: evangelize sua família!
"Mas o que de fato é um Natal feliz?", alguém podeira perguntar. Reunir a família, estar com os amigos, dar e ganhar presentes... Essas seriam respostas razoáveis para qualquer mortal. Com ênfase no ganhar presentes, claro.
E muitos, em busca dos tais presentes, se deleitam sonhando com as possíveis prendas das brincadeiras de amigo secreto, esperando ansiosos pelo dia da revelação de seu benfeitor até então desconhecido. Outros muitos se angustiam ao pensar numa forma de não decepcionar seus filhos ou parentes próximos na tentativa de oferecer-lhes um presente caro ou sofisticado ou as duas coisas juntas de preferência. E entram no crediário de longas prestações para preencher um átimo de tempo que durará, talvez, menos que uma quimera quando perceberem que suas dádivas duraram menos que as dívidas, que a gratidão dos que queriam agradar virou, em pouco tempo, vaga lembrança...
Eis um aspecto do consumismo que poucos se esmeram em contemplar, mas que é quase palpável de tão real, quase tangível de tão comum. As angústias e ansiedades na busca de um "ter" fugaz geram no "ser" frustrações e decepções longamente duradouras. Poucos compreendem que no período do Natal buscam avidamente coisas, cacarecos, quinquilharias que em breve serão trastes. E por causa dessa inconsequência, tantos e tantos também se sentem interiormente uns trastes. Depois do Natal, existe uma nuvem de depressivos e frustrados.
Ah, se no tempo do Natal todos compreendêssemos o valor transitório das coisas e lembrássemos de Quem realmente é importante nesse tempo! Ah, se fôssemos coerentes e prestássemos homenagens e presenteássemos o Verdadeiro Festejado, certamente buscaríamos um presente que só se acha no coração, daríamos para o Aniversariante um coração realmente agradecido!
Entope-se a mente de coisas e abandona-se facilmente a essência: o Natal é o aniversário de nascimento de Jesus de Nazaré, uma data que deveria ser carregada de consideração à Sua humildade, à Sua História de entrega e à história de nossa salvação, de nossa alegria, a verdadeira alegria...
Ofereço-lhe, logo abaixo, algo para refletir sobre nossa tendência ao consumismo, nossa teimosia em apegar-nos às coisas, uma estorinha que permite-nos lembrar do que realmente importa e que não passará: as pessoas se preenchem de amor, não de coisas. Podemos, sim, presentear; mas não podemos nos esquecer do essencial: antes de qualquer presente há que se buscar avidamente o dar-se em presença.
Fique com a história, leve-a para as diversas confraternizações, mande-a para seus amigos; sim, isso fará um grande bem a muitos. Mas lembre-se também do Aniversariante e propague este lema: neste Natal, dê um presente para Jesus: evangelize sua família!
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Vende-se Tudo
Martha Medeiros
Martha Medeiros
No mural do colégio da minha filha encontrei um cartaz escrito por uma mãe, avisando que estava vendendo tudo o que ela tinha em casa, pois a família voltaria a morar nos Estados Unidos.
O cartaz dava o endereço do bazar e o horário de atendimento. Uma outra mãe,ao meu lado, comentou:
- Que coisa triste ter que vender tudo que se tem.
- Não é não, respondi, já passei por isso e é uma lição de vida.
Morei uma época no Chile e, na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar,aparelho de som, tudo o que compõe uma casa.
Como eu não conhecia muita gente na cidade, meu marido anunciou o bazar no seu local de trabalho e esperamos sentados que alguém aparecesse. Sentados no chão. O sofá foi o primeiro que se foi. Às vezes o interfone tocava às 11 da noite e era alguém que tinha ouvido comentar que ali estava se vendendo uma estante.
Eu convidava pra subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto. Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro de brinde, e lá se iam meus móveis e minhas bugigangas. Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam o meu lar, que a cada dia ficava mais nu, mais sem alma.
No penúltimo dia, ficamos só com o colchão no chão, a geladeira e a tevê. No último, só com o colchão, que o zelador comprou e, compreensivo, topou esperar a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros.
Guardo esses últimos dias no Chile como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo o que é material. Nunca mais me apeguei a nada que não tivesse valor afetivo. Deixei de lado o zelo excessivo por coisas que foram feitas apenas para se usar, e não para se amar.
Hoje me desfaço com facilidade de objetos, enquanto que torna-se cada vez mais difícil me afastar de pessoas que são ou foram importantes, não importa o tempo que estiveram presentes na minha vida... Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos Estados Unidos a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile. Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, que na época tinha dois anos de idade. As roupas já estavam guardadas nas malas. Fazia muito frio. Ao acordarmos, uma vizinha simpática nos ofereceu o café da manhã, já que não tínhamos nem uma xícara em casa.
Fomos embora carregando apenas o que havíamos vivido, levando as emoções todas: nenhuma recordação foi vendida ou entregue como brinde. Não pagamos excesso de bagagem e chegamos aqui com outro tipo de leveza.
... só possuímos na vida o que dela pudermos levar ao partir, é melhor refletir e começar a trabalhar o DESAPEGO JÁ!
O cartaz dava o endereço do bazar e o horário de atendimento. Uma outra mãe,ao meu lado, comentou:
- Que coisa triste ter que vender tudo que se tem.
- Não é não, respondi, já passei por isso e é uma lição de vida.
Morei uma época no Chile e, na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar,aparelho de som, tudo o que compõe uma casa.
Como eu não conhecia muita gente na cidade, meu marido anunciou o bazar no seu local de trabalho e esperamos sentados que alguém aparecesse. Sentados no chão. O sofá foi o primeiro que se foi. Às vezes o interfone tocava às 11 da noite e era alguém que tinha ouvido comentar que ali estava se vendendo uma estante.
Eu convidava pra subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto. Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro de brinde, e lá se iam meus móveis e minhas bugigangas. Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam o meu lar, que a cada dia ficava mais nu, mais sem alma.
No penúltimo dia, ficamos só com o colchão no chão, a geladeira e a tevê. No último, só com o colchão, que o zelador comprou e, compreensivo, topou esperar a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros.
Guardo esses últimos dias no Chile como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo o que é material. Nunca mais me apeguei a nada que não tivesse valor afetivo. Deixei de lado o zelo excessivo por coisas que foram feitas apenas para se usar, e não para se amar.
Hoje me desfaço com facilidade de objetos, enquanto que torna-se cada vez mais difícil me afastar de pessoas que são ou foram importantes, não importa o tempo que estiveram presentes na minha vida... Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos Estados Unidos a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile. Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, que na época tinha dois anos de idade. As roupas já estavam guardadas nas malas. Fazia muito frio. Ao acordarmos, uma vizinha simpática nos ofereceu o café da manhã, já que não tínhamos nem uma xícara em casa.
Fomos embora carregando apenas o que havíamos vivido, levando as emoções todas: nenhuma recordação foi vendida ou entregue como brinde. Não pagamos excesso de bagagem e chegamos aqui com outro tipo de leveza.
... só possuímos na vida o que dela pudermos levar ao partir, é melhor refletir e começar a trabalhar o DESAPEGO JÁ!
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