COMO A IGREJA ESTÁ
ACOLHENDO OS/AS JOVENS?
Hildete Emanuele Nogueira de Souza
Como nossa Igreja tem acolhido os jovens? Pergunta difícil
de ser respondida principalmente pela pluralidade que ela traz nas principais
palavras: IGREJA E JOVENS. Somos uma só Igreja, mas diversos são os jeitos de
nos organizarmos e como Igreja nós temos variadas formas de entender a vida em
comunidade, apesar de seguirmos o mesmo Evangelho e a mesma doutrina, nossa
Igreja é enorme e muito plural. Por falar em pluralidade precisamos também
dizer que falar de juventude é lembrar toda a diversidade que ela traz consigo
e por isso é preciso muito cuidado para responder essa questão.
A Igreja começa
a conhecer e a organizar os jovens através da Ação Católica Especializada, onde
tínhamos os grupos JAC, JEC, JIC, JOC e JUC, os quais trabalhavam com os jovens
das realidades: agrária, estudantil, independente, operária e universitária
respectivamente. Essa foi a primeira forma que a Igreja encontrou para acolher
e cuidar da juventude daquela época, depois vieram as herdeiras dessa
organização que foram as Pastorais da Juventude: a PJMP, para organizar os/as
jovens das classes mais populares e dos setores da sociedade mais excluídos e
esquecidos, a PJE, para articular os/as jovens da escola, a PJR para envolver
os/as jovens do campo e a PJ para acompanhar os/as jovens dos grupos das
comunidades.
Assim foi por
muito tempo o jeito que a Igreja adotou para revelar o seu rosto jovem e nesses
grupos através de vários elementos pedagógicos e proféticos foi formando jovens
protagonistas, conscientes e construtores/as do Reino de Deus, da tão sonhada
Civilização do Amor.
Com o passar do
tempo a Igreja foi encontrando outras formas de acolher e organizar a
juventude, daí foram surgindo vários grupos, movimentos, novas comunidades,
congregações, etc. As Pastorais da Juventude não perderam o seu espaço, mas foi
aprendendo a partilhá-lo com as inúmeras expressões juvenis que foram
aparecendo pelo caminho. Com essa diversidade de formas de organização, os/as
jovens passaram a de forma livre, quando é possível, escolher o grupo com o
qual se identifica e através dele viver o seu jeito de ser Igreja e de
encontrar-se com Jesus Cristo.
O perigo é
quando a Igreja não está pronta para acolher essas diversas expressões e põe
entre os grupos métodos de comparação e até mesmo de hierarquia. Não nos cabe
determinar qual é a melhor forma de se organizar e acolher a juventude, é
preciso nos preparar para que consigamos dialogar com esses/as jovens e apontar
para eles/as caminhos que proporcionem uma formação religiosa e social que lhes
promovam um amadurecimento no processo de educação na fé.
Pesquisas
apontam que a grande maioria dos/as jovens acredita em Deus, mas não possuem
vínculos de compromisso com as religiões. Penso que esses dados nos desafiam quando
propomos através da Igreja uma vivência do/a jovem com Deus e a juventude,
mesmo crendo em Deus, não encontra na religião um espaço interessante e
atraente.
O que nos falta para que o jovem se sinta em casa conosco?
Pensando nessa questão gostaria de apontar algumas questões fundamentais a serem debatidas:
Promover
espaços de escuta onde os/as jovens possam partilhar as suas vidas;
ajudar ao
jovem a perceber o valor e a beleza da espiritualidade enraizada, inculturada e
libertadora; não fazer pelo/a jovem respeitar o protagonismo da juventude;
estimular a construção de projetos de vida pessoais e comunitários;
incentivar
espaços de reflexão e aprofundamento das questões de afetividade e sexualidade;
derrubar as cercas e ir ao encontro dos/as jovens em suas realidades, formar
lideranças coerentes e testemunhas da sua fé, valorizar e apoiar as diversas
iniciativas artísticas do mundo juvenil e estimular a juventude a viver bem a
sua militância assumindo uma causa para doar a sua vida e para colaborar na
construção do mundo mais justo e mais pacífico como todos/as sonhamos.
Como Igreja nós
estaremos acolhendo cada vez melhor a juventude quando amarmos de forma
incondicional, gratuita cuidadosa e respeitosa cada um e cada uma que se coloca
a disposição para somar nesta comunidade de discípulos/as missionários/as de
Jesus Cristo.
1. Devemos tratar dos pontos apresentados para o debate conforme destacado acima.
Como a nossa Igreja pode se adequar a estes pontos apresentados acima transformando de pontos em ações concretas a favor dos jovens?
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