domingo, 29 de janeiro de 2012

Jesus, o mais forte! - Homilia do Quarto Domingo

Leia com muita atenção o Evangelho deste Domingo que é escrito por São Marcos, 1,21-28.

21Na cidade de Cafarnaum, num dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar.

22Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei.
23Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 24“Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”.
25Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!”
26Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu.
27E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!”
28E a fama de Jesus logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia.

Estes sete versículos de São Marcos expressam uma temática de suma importância para este Evangelho: a apresentação de Jesus como "o mais forte". Sobre Jesus como mais forte, já vimos João Batista o apresentar assim: "Depois de mim, virá alguém que é mais forte do que eu". Para que entendamos em que sentido Jesus é o mais forte, Marcos nos coloca diante de um tema que mostra toda a força de Jesus: sua autoridade para ensinar. Este trecho do Evangelho de São Marcos se divide em duas partes. A primeira diz respeito à autoridade de Jesus e a segunda fala sobre o impacto que esta autoridade causa. Ao mesmo tempo em que maravilha a muitos, causa também oposição: "Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei".
Em que consiste esta autoridade de Jesus? A autoridade de Jesus é natural, vem de sua coerência de vida, da harmonia entre sua palavra e suas atitudes. O Evangelho de João nos diz que Jesus é o Verbo feito Carne. É daqui que vem esta autoridade de Jesus, pois nele, não existe separação entre Palavra e atitude. O que ele ensina é totalmente condizente com o que ele pratica. Daqui se percebe toda a autoridade de Jesus, ele não é um mercenário que fez de tudo para obter um lugar visível perante a sociedade. Sua autoridade está longe de ser autoritarismo, esta autoridade dele se fortalece a cada instante porque é também serviço. E serviço mais específico aos mais fracos e necessitados. O povo ficou admirado com o seu ensinamento porque FINALMENTE percebia a vitalidade da Palavra de Deus. Isto eles nao viam nos Mestres da Lei para quem em muitas ocasiões a Lei escondeu a Palavra de Deus, coisa que foi criticada por Jesus quando este disse: "Vocês substituiram a Lei de Deus por suas tradições!" Esta coerência de vida de Jesus é a essência de sua autoridade porque faz com que as pessoas sintam a Palavra de Deus como uma realidade presente e não como coisa do passado. E é justamente isto que causa distinção entre Jesus e os Mestres da Lei. Esta oposição aparece na segunda parte deste Evangelho:
"Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 'Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus'”.
Deveria chamar nossa atenção o fato de o homem possuido estar na Sinagoga. Entendendo o que é a Sinagoga, entenderemos o que o relato quer dizer: do grego συναγωγή, composto de σύν “junto” e ἄγω “formação" Sinagoga, portanto, é o local onde se vivencia a formação comum, os mesmos ideais. Desta maneira, não deveria estar aí alguém possuido, porém, este homem possuído, é uma imagem de uma rejeição a Jesus, negação de seu ensinamento. Mas do que falar sobre o demônio, o Evangelho vem nos mostrar que devemos estar atentos porque corremos o risco de nos afastar de Jesus com nossas atitudes. O homem possuído nao deveria estar na Sinagoga, mas está e isto porque muitas vezes, os seguidores de Jesus se deixam enganar pelas artimanhas do maligno.
Quando é então que o espírito mau possui alguém que está no lugar onde deveria se viver na comunhão com Deus? Quando o orgulho nos impede de ver nos outros um irmão ou uma irmã. Quando o sofrimento presente no mundo nao toca mais no coração daqueles que celebram diariamente a memória de Jesus. Quando nos achamos melhores do que os outros por conta de algum serviço que tenhamos na comunidade ou na própria sociedade. Quando nós achamos que todas as conquistas são frutos de nossos próprios esforços e não da Graça de Deus que está sempre em comunhão com nossa natureza. Quando deixamos que a vontade de se alcançar determinados objetivos atropelem valores como o amor, a amizade, a solidariedade. Quando achamos que determinados irmãos ou irmãs são incapazes de fazer determinadas ações que estes se dispuseram com sinceridade de coração mesmo em meio às limitações.
Agora entendemos porque o homem possuído diz que sabe quem é Jesus: "'Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus'"Se apresentam como seus seguidores, mas temem a presença de Jesus pois desta questiona o modelo de vida que armamos com nossas próprias palavras e vontades. O demônio é a farsa de quem embora fale em Jesus está preocupado em usar a religião para fazer das pessoas prisioneiras de seus medos e limitações. São demônios também, aqueles que tentam destruir o espírito bravio da humanidade. Os que se apossam do discurso da religião para colocar o medo como meio para manter o povo acorrentado! A verdadeira religião nao se sustenta pelo medo e todo discurso que substitui a esperança pelo medo, vem do demônio! Em Jesus, o Reino de Deus é o centro e este é a esperança no amor de um Deus que é Pai e se faz companheiro compassivo em meio às angústias da humanidade. Aos que pregam a si mesmos, aos que incultem o medo e a falta de confiança no amor e na misericórdia de Deus, Jesus os calará e os mandará sair.
Peçamos a Cristo que nos purifique por meio de sua palavra e que sua autoridade nos liberte de toda a prisão e de todas as correntes!

sábado, 28 de janeiro de 2012

Plano de Ação Pastoral Paroquial: 2012 - 2014




PAPPa - Plano de Ação Pastoral Paroquial

Graça e Paz!

A nossa Paróquia realizou nos dias 10, 11 e 17 de dezembro a sua Assembléia Paroquial para o triênio 2012-2014. Deveríamos ter apresentado o documento conclusivo no dia 25 de janeiro, isto não aconteceu devido a problemas de saúde do padre Dalmo. Mas o Documento da Assembléia que norteará nossa paróquia nos próximos três anos será apresentado no primeiro domingo de fevereiro, assim sendo, todas as decisões entrarão em vigor no dia 05 de fevereiro. Como todas as comunidades já sabem destas decisões, devem voltar a estudá-las para que não haja atrasos nas efetivações das decisões.
Todas as atividades são relativas à LITURGIA, CATEQUESE, ADMINISTRAÇÃO PAROQUIAL, FAMÍLIA, JUVENTUDE, SACRAMENTOS E DÍZIMO.

O nosso projeto de Ação Pastoral estará abreviado por meio da sigla PAPPa (Plano de Ação Pastoral Paroquial). Este Plano, tem por finalidade alinhar nossas atividades ao longo dos próximos três anos e estará dividido da seguinte maneira:

Parte I - O que é a Igreja?

Esta primeira parte é formativa, dividido em quatro blocos, é uma Catequese sobre a Igreja de Cristo para que possamos conhecer o que é de fato a Igreja, o que ela significa e porque ela é fundamental para o processo de Salvação presente no mundo. Esta se destina aos conselhos das nossas comunidades para que venham a debater entre si toda este material e assim, possamos ter uma Ação Pastoral de Comunhão.

Parte II - A Igreja em Tibiri e suas prioridades para 2012: Juventude & Eucaristia

Esta segunda parte de nosso Plano, é destinado a todos os que possuem uma atividade pastoral porque é nesta parte de nosso plano que apresentaremos todas as resoluções e projetos voltados para a Juventude & Eucaristia em nossa Paróquia para o ano de 2012.

Com essas duas partes de nosso Plano, pretendemos levar às comunidades uma visão mais profunda sobre a Igreja bem como as linhas de nosso trabalho para 2012, de forma que todos terão como acompanhar nosso itinerário pastoral. 

Parte III - Dízimo & Administração da Paróquia

Apresentaremos a fundamentação bíblica para o Dízimo, um modo de esclarecer as dúvidas que muitos de nossos fiéis tem sobre a sua participação da caminhada de sua paróquia. Será apresentado nesta parte as normativas para administração de nossas comunidades

Parte IV- Programação de Atividades:

Aqui nós teremos para todos uma programação das datas que são de suma importância para a vida das comunidades paroquiais que dizem respeito às festas de padroeiros, calendário de catequese, calendário de Missas, etc.

É de suma importância que todos tenham acesso, por isso além de entregarmos cópias para as comunidades, estaremos também disponibilizando o PAPPa pela internet por meio do nosso blog. 

domingo, 22 de janeiro de 2012

Homilia para o terceiro domingo do tempo comum: Reino - Conversão -Vocação


Caríssimos irmãos e irmãs,o Evangelho de hoje nos coloca diante do primeiro anúncio feito por Jesus e este já nos mostra o centro do que será toda a atividade do Filho Amado de Deus: o Reino de Deus! Muitos querem dividir este texto como se tivesse duas partes, UMA sobre o Reino e OUTRA sobre o chamado. Mas só há uma parte nesse Evangelho e esta diz respeito ao Reino. Nenhum de nós tem condições de definir o que Jesus pensava ao falar sobre o Reino, como ele o entendia e como ele o esperava. E nos Evangelhos, em lugar algum Jesus define para nós o que seja o Reino. Suas parábolas falam do Reino sempre tendo como início “o Reino de Deus é como...” são sempre comparações. Não conheceríamos nada do Reino de Deus se não fosse a presença de Jesus que o revela, como realidade próxima. E por isso, as ações de Jesus são manifestações do que é o Reino. É ele o meio para compreendermos o que venha a ser o Reino de Deus a tal ponto que no Evangelho de São João, a palavra Reino de Deus não aparece porque o Reino já é identificado com o próprio Jesus. A única vez que Jesus fala de Reino no quarto Evangelho o associa a si mesmo quando diz a Pôncio Pilatos que o seu Reino não é deste mundo. O Reino de Deus está muito além de nossas palavras, o Reino está associado incondicionalmente à vida de Jesus com todas as suas implicações. Sua opção clara e incontestável pelos mais fracos de seu tempo, sua severa crítica à estrutura religiosa de seu tempo, seu caráter firme em relação aos poderosos, e sua absoluta liberdade frente a Deus a ponto de chamá-lo de pai e frente à Lei a ponto de se apresentar como intérprete: “ouvistes o que foi dito aos antigos, mas EU vos digo...”, são luzes que nos mostrar em que sentido o Reino já está próximo. Entretanto, antes de falarmos sobre o Reino é preciso rever o que pensamos sobre nós mesmos. Porque dependendo de como entendamos a nossa própria vida, entenderemos o que Jesus quis dizer com “proximidade do Reino”. Ainda vivemos, infelizmente, uma falsa tensão entre Alma e Corpo. Para muitos, essa realidade não possui riquezas, não possui valor, não possui significado, porque a verdadeira vida estaria do outro lado, após a morte. Se você entender a vida assim, o Reino de Deus não pode ser encontrado neste mundo, e assim, a vida passa a ser uma constante peregrinação para o Além. Somente aí o Reino pode ser encontrado e portanto, este mundo deve ser menosprezado e tudo o que se relacione com essa realidade não serve para chegarmos aos Céus. A realidade do Reino, é relativa à alma, este corpo se une à realidade do que chamamos mundo. Outro lado, de tanto privilegiar a realidade do corpo, acredita que todo discurso sobre o Reino é um analgésico para a realidade dura deste mundo e, portanto, trata-se de um discurso alienante e aprisionador. Outra vertente desta supremacia do corpo sobre a alma, adentrou a Religião na chamada teologia da prosperidade e aí, Deus é visto como aquele que fornece riquezas fazendo do Reino dos Céus uma melhoria econômica de uma realidade de miséria vivida por uma pessoa, com sua familia. É este tipo de discurso que vemos na televisão nos programas que passam em horários patrocinados pelas igrejas pentecostais. Essa tensão sobre corpo e alma é falsa como falei, porque na mentalidade hebréia, da qual Jesus participa, essa tensão não existe, o que existe é equilíbrio, harmonia. Este mundo, como conhecemos, toda a nossa realidade diz respeito, deve dizer sempre respeito à nossa espiritualidade. Nesse sentido, a esperança do Reino une dois mundos, o de Deus e os dos homens. Jesus presente a passando por nossa vida, é sinal de que não pode haver uma distinção radical, pois Deus criou os céus e a terra, então não podemos viver na tensão OU céu OU terra. O Reino de Deus está próximo porque ele vem a nós, de acordo com a vontade de Deus realizada! Não temos morada permanente aqui, mas fomos feito para tomar conta deste mundo enquanto aqui estivermos e não para viver em fuga dele. Jesus não associou o Reino de Deus à saída deste mundo e sim à saída de um tipo de vida para outro “convertei-vos e crede no Evangelho”. O tema da conversão apareceu na primeira leitura e lá está relacionado com a misericórdia de Deus, aqui no Evangelho está associado com o próprio Reino de Deus. O Reino é para pessoas que buscam conversão, buscam mudar de vida, porque conversão é muito mais do que mudar de religião, posto o fato de muitos mudarem de igreja e permanecerem como eram, ou em alguns casos, até piorarem, invadidos por um orgulho que sugere uma superioridade diante deste mundo que é visto como um lugar perdido e por isso, quem não faz parte daquele determinado grupo religioso está condenado ao inferno. Conversão é mudar o jeito de viver neste mundo, na fraternidade, na busca dos direitos, no serviço aos mais fracos, na crítica a toda expressão religiosa que aprisione e na construção de uma nova sociedade planetária. Em um mundo injusto e violento, carregado de discriminações até religiosas, o Reino de Deus não é um lugar geográfico situado no além, mas é desejo de eternidade que nos impulsiona a buscar um mundo diferente aqui. O Reino é a Nova Ordem das coisas, construído a partir de valores sólidos que iluminam nossas escolhas pois o que daqui construímos se tornará eterno para o bem ou não. O sentido do Reino está presente já no Pai Nosso “Venha a nós o vosso Reino”. Este pedido na oração que o próprio Jesus nos ensinou aponta para o sentido da vida, quando a vontade de Deus encontra abrigo em nosso coração, céus e terra se unem e o Reino de Deus começa a acontecer já aqui e caso mantenhamos nossa vida alinhada de acordo com a vontade de Deus, chegaremos à Eternidade feliz. É esta a proposta, o sentido para esta vida que se torna absoluto e irrevogável quando o nosso tempo passar. A religião não teria sentido algum se não tentasse construir já aqui uma vida melhor, uma sociedade de paz e concórdia. E daqui passamos ao chamado dos primeiros seguidores de Cristo. Andar com Cristo é assumir esse sonho dele em plantar aqui as sementes de um mundo novo, cuja raiz toca plenamente o terreno deste mundo e cuja copa interage com o mais alto dos céus. Seguir Jesus que passa é querer andar nos seus passos o que exige mudança de vida, conversão. Não quer dizer que já sejamos santos, quer dizer que desejamos mudar e que apesar de nossos muitos pecados, continuamos crendo na bondade de Deus que nos chama assim como somos e deseja fazer de nós o melhor que podemos ser! Nessa trajetória poderemos mudar a vida de muitas pessoas, apesar de nossos próprios pecados. Muitos estão largados na vida, imersos na escuridão e na tristeza, precisando apenas de um convite. Certa vez, um rapaz de mais ou menos 16 anos me disse que nunca tinha vindo à Igreja porque ninguém nunca o havia chamado. Até que um dia, recebeu um convite de alguns amigos e vindo, não conseguiu mais deixar de vir sempre. Muitos precisariam de algo que os motivasse a encontrar alegria na vida e não encontram porque nós que dizemos ter sido encontrados por Jesus, muitas vezes, não fazemos questão de trazer outros para esse mesmo caminho. É preciso que nós nos convertamos sempre para evitar que sejamos enganados pela vaidade de achar que somos melhores porque estamos com Jesus. Nesta vida, muitas pessoas fazem de tudo para alcançar o que tanto desejam e depois que alcançam podem perceber, com um simples olhar para trás, que valioso era o que elas sacrificaram: amizades, verdades, sinceridade, honestidade. Todavia, em tudo percebemos um desconhecimento do verdadeiro valor a ser buscado na vida: o Reino de Deus! Desta maneira, o Evangelho de hoje fala do Reino relacionando-o à conversão e sobre o dever de todo o convertido: uma vez chamado, procurar resgatar a vida de todos os que forem possíveis. Temos assim um contato com o Reino em seus desdobramento: Conversão e Vocação!  

sábado, 21 de janeiro de 2012

Juventude & Eucaristia: Padre Dalmo apresenta as nossas linhas de trabalho para 2012


Esse ano nossa Paróquia dedica à Juventude e a Eucaristia. Na verdade, a Eucaristia, é sempre o centro, todavia, este ano, ao relacioná-la com a Juventude, tentaremos fazer convergir a nossa juventude para a Eucaristia. Muitas atividades iniciam nossos trabalhos, acolheremos a cruz da Jornada Mundial da Juventude e o Ícone Mariano, participaremos da Vigília Jovem promovido pela Comunidade Doce Mãe de Deus (em breve estaremos explicando como nos organizaremos para participar).
Constatamos uma maciça presença jovem em nossas comunidades, todavia, falta uma articulação a nível de Paróquia, para tanto, criaremos a P.J. Além da P.J. Teremos a Missa dedicada à Juventude, uma vez por mês, no terceiro sábado, reorganizaremos as nossas Olimpíadas, traremos de volta a Pastoral dos Namorados. Sobre estas atividades, já havíamos falado, então, uma visita a postagens mais antigas, poderão esclarecer dúvidas que por agora apareçam. Uma coisa que não podemos esquecer e diante da qual nao podemos nos omitir é a situação em que vivem muitos jovens em nosso bairro, portanto, neste ano dedicado à Juventude, temos como dever procurar orientar os nossos jovens para uma participação política efetiva e não passiva. Os jovens trazem em si os designios do futuro e portanto, devem tomar consciência disto e é nosso papel ajudar. Trataremos também da Juventude e suas famílias, enfrentando temas complexos da vida dos jovens, como a relação em casa, entre os pais, a relação entre os irmãos, juventude e o mundo do trabalho, sustentabilidade e juventude, e principalmente, trataremos  do desafio das drogas que se espalham tristemente entre nossos jovens e dilaceram relações.
Portanto, nosso ano dedicado à Juventude, tem como meta, organizar nossos jovens para que eles se sintam co- responsáveis pelo resgate de mais e mais jovens, no que diz respeito tanto à vida religiosa quanto social, porque bastaria um convite para que muitos fossem reencontrados e buscassem a comunhão! Para nós, a emancipação de um jovem acontece quando ele se sente em casa em sua casa, na casa de Deus e na sua sociedade! 
Na verdade, eu proporia em vez de BOTE FÉ, vivessemos o lema franciscano sempre atual: QUE EU LEVE A FÉ! Aqui, estaremos sempre diante da força renovadora e transformadora da Eucaristia, pois o nosso sonho é que os jovens resgatem os jovens pela força da comunhão, consigo, com Cristo, com toda a criação e com a Igreja! Neste sentido, traremos de volta a Escola da Fé que colocará muitos de nossos fiéis em contato com tudo aquilo que é a verdadeira Fé da Igreja de Cristo, sobretudo, diante da riqueza da Eucaristia que faz a Igreja!


Que Deus nos abençoe nesta jornada que agora abraçamos! 

domingo, 15 de janeiro de 2012

Testemunhas do Cordeiro

Para uma meditação acerca do Evangelho deste domingo, poderíamos observar sua mensagem a partir de três pontos interligados e que ao final mostram a riqueza de toda a mensagem bíblica deste texto do Evangelho de São João. O primeiro ponto, chamamos de O Testemunho de João Batista. O segundo ponto é o Questionamento de Jesus. Por último, o terceiro ponto, que chamaremos de O testemunho dos discípulos.

O TESTEMUNHO DE JOÃO BATISTA

No dia seguinte, João estava outra vez ali com dois dos seus discípulos. Quando viu Jesus passar, disse:

-  Eis o Cordeiro de Deus!

O Evangelho tem início com a apresentação do Testemunho de João Batista. Mas antes que João fale, aparece um verbo que deve sempre nos chamar a atenção, sobretudo porque ele é sempre significativo para a dinâmica desse Evangelho. O verbo PASSAR. "Quando viu Jesus PASSAR" Passar, no Novo Testamento, sempre nos colocará no contexto da Páscoa, pois Páscoa significa Passagem. No capítulo 13, deste mesmo evangelho, logo no versículo 1, ele aparecerá e nos colocará em definitivo no contexto da glorificação de Jesus no altar da cruz. Quando nós encontramos o testemunho de Batista, vemos outra imagem que nos coloca no cenário da Páscoa. "Eis o Cordeiro de Deus!" Este é um testemunho direto e confiante. Não há espaço para dúvidas, Batista apresenta o centro da sua fé. Jesus é aquele em quem as esperanças se concretizam.
A Imagem do Cordeiro é a imagem do sacrífício. Em Aramaico, cordeiro se diz Talya mas essa mesma palavra significa servo. Portanto, o Testemunho de João Batista expressa a identidade de Jesus: Cordeiro e Servo de Deus. A imagem do cordeiro já se encontra em Gn 22, 1-19 no texto que normalmente é chamado de o Sacríficio de Isaac. Lendo aquele texto, vemos que aquele que será ofertado em sacríficio, pelo menos em princípio, porque já sabemos que essa sacríficio não chega a acontecer, questiona pela ausência do cordeiro a ser imolado. Abraão, ao ser questionado pelo filho, responde que "Deus haverá de providenciar". Abraão é um homem de fé que não nega seu único filho exigido por Deus. Aqui estamos diante de um grande drama, como Deus pode pedir de volta aquele que foi apresentado antes como "o filho da promessa"? Isaac significa Filho da Promessa. Mas a promessa aqui, talvez, ouso dizer, não tenha sido o nascimento de Isaac e sim a sua vida conservada por meio da promessa de que Deus providenciaria o cordeiro para o sacríficio. Lemos em Êxodo 12, 1-13, a recomendação sobre o cordeiro que deve marcar as portas para que aquela casa seja preservada do castigo. Todavia, como já dissemos, em aramaico, cordeiro e servo são ditos com a mesma palavra e então é preciso que saibamos que sob o titulo de cordeiro, há também a imagem do servo de Deus que aparece em Isaías, capítulos 42 e 43. Desta maneira, o Testemunho de João aponta Jesus como o Verdadeiro ISAAC, aquele que foi enviado por Deus para ser o Cordeiro sacrificado como o Servo, aquele que tira o pecado do mundo porque o carrega consigo assumindo as dores de todos os homens.
João Batista é assim aquele que revela a resposta de Deus, se no passado Isaac perguntou pelo cordeiro, eis que agora, Deus providenciou o cordeiro e este será entregue para  a vida do mundo. Esta primeira parte portanto, mostra a grande consistência da fé verdadeira porque é Deus quem providencia tudo, apesar de todos os nossos pecados, não seremos sacrificados, o Cordeiro é providenciado por Deus. Esta é uma imagem que exige dos que estao intrigados com Deus uma reconciliação. Deus não nos quer distantes e para isso, não poupa esforços. Entrega em nossas mãos seu Único Filho, o justo e santo. Em cada celebração Eucarística nós escutamos do sacerdote estas mesmas palavras: "Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" E respondemos: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa, mas dizei uma palavra e seremos salvos!" É este o aspecto que nos une ao cordeiro: sua vida entregue resolutamente aos pecadores, o que deveria exigir de nós gratidão e comunhão. Só estará na paz de Cristo quem se alimentar da sua vida e do seu sacríficio em favor de todos nós.



O QUESTIONAMENTO DE JESUS

Quando os dois discípulos de João ouviram isso, saíram seguindo Jesus. Então Jesus olhou para trás, viu que eles o seguiam e perguntou:
- O que é que vocês estão procurando?
Eles perguntaram:
- Rabi, onde é que o senhor mora? ("Rabi" quer dizer "mestre".)
- Venham ver! - disse Jesus.


Os discípulos de João seguiram Jesus mas nos encontramos de novo com um texto que contraria aquela idéia dissemida nos meios evangélicos de "encontrei Jesus". O Evangelho diz que Jesus olhou para trás, e vendo que o seguiam perguntou: o que eles estavam procurando. E após a resposta, Jesus os convida a permanecer com ele. O Evangelho nos diz que "eles foram, viram onde Jesus estava morando e ficaram com ele o resto daquele dia. Isso aconteceu mais ou menos às quatro horas da tarde". Esta experiência do encontro com Jesus foi tão marcante e decisiva na vida daqueles homens, que até a hora que aconteceu eles guardaram, era quase um fim de tarde. Sinal de que o Senhor nos chama quando ele quer, alguns no começo do dia, ou da vida, se preferirem, outros no mais avançado da vida, nunca é tarde para que o Senhor nos convide! Mas a pergunta de Jesus é um desafio perene: "o que vocês estão procurando?" Neste Evangelho esta pergunta aparece em outras duas ocasiões. De fato, o que estamos procurando? muitos procuram felicidade, muitos procuram alegrias, muitos procuram amor e paz. Entretanto, muitos caminhos não levam ao que é procurado. Deus oferta a Salvação, mas as pessoas não sabem o que significa salvação. Jesus salva de quê? E como não sabem responder a esta pergunta nem sabem o que significa pecado, não entendem o que significa "tirar o pecado do mundo" e assim, as pessoas até encontram felicidade, paz, alegrias e amores, pena que depois de um curto tempo, assistem o desmoronamento de sua felicidade, paz, alegrias e amores. Outros possuem tudo o que aparentemente realizaria uma pessoa e não sao realizadas. Isto é sinal de que algo mais profundo deve acontecer. A pergunta dos discípulos é sobre a moradia de Jesus. Eles querem conhecer Jesus. E hoje Jesus ainda é desconhecido de muitos porque o Jesus que muitos cultuam não é o Cordeiro de Deus que será sacrificado e sim um Jesus anestésico que imobilza as dores e as angústias, o Jesus do conforto psiquico apenas, o Jesus da hora dos problemas e este não é o Cordeiro. Jesus é para a vida toda e não para momentos duros da vida. Muitos passam de Igreja em Igreja e dizem que estão buscando aquela que mais lhes agrada. Esta busca, é na verdade uma demonstração de desconhecimento da verdadeira identidade de Cristo que exige vida nova. É satisfação do próprio ego, ou extensão narcisista de si mesmo, nesse sentido a religiao nada mais será do que expressão humana. Portanto, quem não passou por João Batista, não conhecerá de verdade Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus!



O TESTEMUNHO DOS DISCÍPULOS

A dinâmica de todo chamado verdadeiro feito por Jesus está aqui expresso: André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois homens que tinham ouvido João falar a respeito de Jesus e por isso o haviam seguido. Todos nós necessitamos de alguém que nos fale sobre Jesus para que nós possamos buscá-lo. O chamado não para exclusivo nosso, não devemos guardar ou prender em nós a vivência que fazemos da vida em Cristo, por isso é que "A primeira coisa que André fez foi procurar o seu irmão Simão e dizer a ele:
- Achamos o Messias. ("Messias" quer dizer "Cristo".)
Então André levou o seu irmão a Jesus. Jesus olhou para Simão e disse:
- Você é Simão, filho de João, mas de agora em diante o seu nome será Cefas. ("Cefas" é o mesmo que "Pedro" e quer dizer "pedra".)

André, primeiro falou de Jesus a seu irmão, depois o levou até Jesus. E Jesus é quem chama sempre! Já somos conhecidos por Cristo, antes que tenhámos tomado conhecimento de sua entrada em nossa vida. Há muitas pessoas que se acham distanciados de Cristo, ou abandonados, todavia, sempre somos conhecidos, sempre somos esperados. Cristo nos fortalece e faz de nós pedras, firmes e alicerçadas no mundo.
O Cristianismo é primeiramente ENCONTRO, porque Deus nos quer consigo e nos busca sempre por meio do Seu Filho Amado que é Deus de Deus, Luz da Luz, o Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, feito homem para nos redimir de nossos pecados. E só depois o Cristianismo é MISSÃO quando devemos fazer com que mais pessoas sejam encontrados por Cristo e tenham nele a vida nova. Testemunhas de Cristo em nosso dia a dia, na nossa família, no nosso trabalho, na nossa Igreja, para um mundo mais justo e fraterno de paz e harmonia entre Deus e os homens.





 

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Papa, o deputado e a Ditadura das Minorias

Primeiramente, afirmo que sou padre da Igreja Católica Apostólica Romana, sou imensamente feliz em fazer parte do Corpo Místico de Cristo, por meio do sacerdócio ministerial. Assim como a minha Igreja, acredito que todas as pessoas devem ser acolhidas e respeitadas, como afirma as Escrituras, Deus acolhe a qualquer pessoa que o procure de coração sincero, mesmo aqueles que não estejam na Igreja, e caminhem na penumbra, desde que busquem a verdade, serão alcançadas por elae por ela iluminados.  Com a minha Igreja, professo e defendo a Sacralidade da vida, em todas as suas instâncias, da família que é a união entre um homem e uma mulher, também defendo a sacralidade de toda forma de vida presente nesta terra porque a vida é um dom do criador que nos ama. E como adepto de um ramo da Teologia, creio, como minha Igreja que os pobres e sofredores deste mundo, os últimos da história, os inúmeros crucificados de meu tempo e de todos os tempos, merecem de toda a Igreja uma atenção especial porque a própria Igreja nasce como herança de um Deus crucificado por nos amar, que se fez último para nos reerguer. Creio que a Igreja de Cristo depende daqueles que o próprio Cristo coloca à frente de seu rebanho. E respeitosamente, creio que seja possível dialogar com todas as diversidades de pensamento presentes neste mundo. E sei de forma irrevogável que nao podemos retroceder naquilo que defendemos como verdade!
Assistimos preocupados o incidente deselegante envolvendo um deputado federal e este atropelo na defesa de idéias revela, não o direito de defesa de um ideal e sim a imposição de um estilo de vida a todas as pessoas como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.
A nossa sociedade afirma ser laica e ao mesmo tempo levanta a bandeira da liberdade de expressão, segundo a qual todos podem falar o que pensam. Os dois pontos são questionáveis. Primeiro, como uma sociedade pode se aclamar laica tendo a maioria como adeptos de uma fé? Segundo, toda vez que a Igreja fala, aparece alguém para dizer que ela está errada? Ou até para impedir as expressões de opinião por parte dela. Ora, se todos temos o direito de expressar o que pensamos, é lícito que o Papa fale o que a Igreja pensa sobre determinado assunto, ainda mais porque os católicos esperam que aquele que fala em nome da Fé e da Moral católica se expresse. O verdadeiro descompasso do deputado Jean Wylys, em relação à posição do Papa sobre a família demonstra toda a hipocrisia desta sociedade que embora fale de respeito e liberdade, de acolhida das diferenças não é capaz de interagir com posições que lhe sejam opostas. Dizem que após a sua violenta declaração sobre o Papa Bento XVI, o deputado removeu toda reação de defesa ao soberano pontífice feita por católicos da sua página oficial do Facebook, dando provas evidentes de que se tenta instalar nesse país uma ditadura nova. Ditadura das minorias,  e que vemos refletida no comportamento do deputado em questao pois ao retirar as opinioes contrárias em sua página, mostra três incapacidades:
1. Incapacidade de respeitar a opinião alheia; porque nessa vida, sempre teremos que nos deparar com posições afins ou contrárias às nossas e até opiniões que relativizam as nossas.
2. Incapacidade de lidar com as consequências dos seus atos; porque como esta é uma sociedade livre, na qual se fala o que se pensa, todos temos o direito de defender nossas idéias quando tivermos a oportunidade ou quando nos sentirmos desrespeitados, só que isso se faz com educação;
3. agir com um mínimo de honestidade intelectual, pois o deputado generaliza determinadas coisas em seus argumentos. Assim como não podemos dizer que todos os políticos sejam ladrões, não posso condenar toda a Igreja por causa de um erro de um pequeno grupo. Nem posso condenar no presente uma Instituição por erros que não foram cometidos pelos que agora estão caminhando. Muito menos julgar com critérios de agora atos que estão no passado. Toda vez que condeno algum fato do passado usando critérios do presente, cometo uma desonestidade intelectual pois agora, estamos em um lugar privilegiado da história em relação ao passado.
E como estamos em uma nação livre, na minha opinião, embora Jean Wyllys pose como um dos maiores "defensores" da liberdade de expressão, verdadeiramente, como todo esquerdista, caminha abraçado com o véu da censura. Eis as regras que o deputado baixou após ter a sua página visitada pelos católicos, segundo consta em alguns lugares da internet:

"Políticas de participação na página do deputado federal Jean Wyllys no Facebook

Esta página pretende ser um canal de comunicação do deputado federal Jean Wyllys com o público em geral. O Mural desta página está aberto para receber suas mensagens de apoio, sugestões e críticas, as quais desde já agradecemos.

Entretanto, o direito humano fundamental à liberdade de expressão não pode violar outros direitos igualmente valiosos, como a dignidade e a vedação à discriminação. Por isso, a Assessoria de Comunicação do deputado federal Jean Wyllys moderará as publicações, excluindo-as caso constituam atos ilícitos (como, por exemplo, calúnia, injúria, difamação, preconceito de raça ou origem etc.), caso ofendam algumas das políticas abaixo, ou ainda quando violem Termos e Condições do Facebook. O autor da mensagem poderá ainda ser bloqueado, de acordo com os critérios mencionados.

Agradecemos sua compreensão.

Políticas de publicação:

1. Procure se expressar em bom nível e com clareza.

2. Não publique conteúdo inadequado (pornográfico, discriminatório, que estimule o ódio etc.) e/ou termos chulos (como palavrões ou ofensas).

3. Nenhum SPAM será permitido.

4. Não faça divulgação de produtos e/ou serviços com fins comerciais.

5. Cite a fonte ao compartilhar conteúdo de terceiros.

6. Os trollers e a prática de trolagem (assim entendido o "comportamento que tende a, sistematicamente, desestabilizar uma discussão, provocar e enfurecer as pessoas envolvidas") não serão tolerados.

7. Ameaças de qualquer natureza serão tratadas conforme a sua gravidade, incluindo o encaminhamento às autoridades competentes.

Colabore, participe e ajude o deputado federal Jean Wyllys a construir uma nova política!

Assessoria de Comunicação do deputado federal Jean Wyllys"

Como dão conta as pessoas que tentaram entrar, muitos daqueles comentários apagados pela Assessoria de Comunicação do Deputado não feriam em nada as normas de conduta estabelecidas por ele próprio. Então o que justificaria sua remoção? Simples, como já dissemos, foi a incapacidade do deputado lidar com opiniões contrárias, algo típico de um político que flerta com o totalitarismo, neste caso um totalitarismo ideológico. O deputado pede que colaboremos, para que possamos ajuda-lo a construir uma nova política. Mas que nova política é essa? Seria uma política baseada na calúnia, na ofensa gratuita? Seria uma nova política edificada na pedra da opressão e da patrulha ideológica? Se sim, então não, nobre deputado, não irei ajuda-lo a construir essa nova política.
como Teólogo, sou homem da Esperança e nisto que aconteceu vejo algo de positivo: máscaras caindo, é bom ver totalitários esbravejando a sua ira irracional contra a verdadeira liberdade, que orientada a Deus e Dele emana. Porém dialogando de acordo com o que a lei me permite, lembro ao deputado, "grande arauto" da liberdade  que aquilo que ele fez é crime, é difamaçao qualificada contra um chefe de estado estrangeiro e  crime contra o sentimento religioso. Ambos previstos pelo codigo penal. arts 141 I e 208 respectivamente. É, a gente também conhece a lei dos homens e faz-se necessária a retratação pública do mesmo deputado que age como absolutista e não tem equilíbrio para o diálogo!  

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Pacotes da Mídia

Os assuntos mais populares das redes sociais nesses doze primeiros dias de janeiro são o cantor Michel Teló que foi a primeira capa da Época e a Décima segunda edição do BBB. Antes de qualquer coisa é bom lembrar que Época e Globo são pacotes de uma mesma organização. Teló ganhou a capa da Época por ser o “cantor, compositor, multiinstrumentista” que mais tocou nas rádios em 2011. Sua canção que conseguiu a façanha de (ser mais pegajosa do que aquela Ana Júlia dos Los Hermanos e a Florentina do Tiririca) ganhar o mundo, desde o exército de Israel até Cristiano Ronaldo nos jogos do Real Madrid. Por conta disso, a Época dedicou doze páginas para ele e o chamou de tradução. TRADUÇÃO dos“valores da cultura popular para os brasileiros de todas as classes”. Teló não tem nada a ver com isso, ele fez o que quis e está colhendo o que plantou com seu trabalho. Já o Big Brother Brasil, chegou à sua décima segunda edição. O conteúdo é o mesmo, igual aos pastelões mexicanos que o SBT exibe: doze pessoas trancafiadas, numa casa, pondo as diferenças em relevo por semanas. Com o passar do tempo, as máscaras vão caindo, o mais forte, o mais popular ou que der mais retorno financeiro se consagra campeão. Uns têm muita sorte, e ganham muito dinheiro tirando a roupa ao longo do ano, outros fazem carreira política respaldando-se em grupos que representam minorias sociais, outros viram artistas e outros, sem o mesmo futuro, voltam para a vida que tinham antes. É neste momento que me vejo em uma encruzilhada, ou na linguagem que vai entrar em vigor, no paredão, sem o anjo ou sem ser líder, porque se eu elevo Teló e o BBB à condição de culturalmente edificantes, eu estarei negando tudo aquilo que eu acredito ser cultura e edificante. Todavia, se eu chamar o super cantor da atualidade e o programa da globo de subcultura, ou deformante, os VIGILANTES de plantão irão me chamar de preconceituoso, arcaico, falso moralista, atrasado, defensor de um estilo de vida que não cabe mais. Dirão que eu sou um burguês de nariz empinado que desrespeita a cultura. Mas me deixem então expressar minha opinião: BBB e Michel Teló são frutos de marketing exclusivamente produzidos para gerar dinheiro. Estou falando agora de Teló, mas se tivesse feito a oito meses antes, seria Luan Santana. A fórmula é simples: pega um rapaz de boa aparência e o apresenta aos outros jovens e ele cai nas graças porque está na TV, nos rádios, na net, filho da propaganda. Depois coloca uma letra curta, pobre e com um refrão pegajoso, de apelo sexual e se tem esse resultado. Essa não foi a primeira vez que isso aconteceu, já tivemos um bom tempo com a loira e a morena do Tchan, e todas as modificações que vieram da Bahia, já tivemos o créu, e um monte de expressões desse tipo que depois de um tempo, apodrecem nos sebos de CDs. O BBB é a versão compacta da doutrina capitalista, da selva de pedra que construímos e chamamos de arranjo existencial e do qual achamos que não temos forças para nos libertar. Muitos dizem que do mesmo jeito que doze pessoas convivem numa casa e se suportam, nós também em nosso dia a dia convivemos com pessoas que desejaríamos ver fora de nossa vida, ou eliminados depois de um paredão. Mas isso é enganoso porque as diferenças têm razões de existir e nosso desejo de eliminar quem não queremos conosco, é só apresentação de nossa dificuldade de interagir com quem quem é diferente. Por isso, é tão popular e as pessoas se sentem ofendidas quando falamos mal do BBB porque nesse programa elas se vêem. São falsas demais para assumir que não gostam de outras pessoas e então, nesse programa têm uma válvula de escape.

Ainda existe outra ótica presente por trás dessa realidade. E desta, nós deveríamos nos afastar porque mascara a realidade do nosso país. No momento em que uma revista de grande peso diz que Michel Teló é a tradução de “valores da cultura popular para os brasileiros de todas as classes”, termina por nos transmitir uma ideologia muito perigosa de que nosso país não tem preconceitos, somos todos iguais e vivemos como se fossemos os meninos da fantástica fábrica de chocolates. No Grande Irmão, a lógica será a mesma, o mais forte ou o mais popular sairá vencedor. E para quem assiste, os temas serão, as armações, os novos casais que duram o tempo que dura o BBB e então, o mercador de sonhos, Pedro Bial estará unindo todo o país na mesma multidão, aquela que irá descobrir quem se deu mal naquela semana. Eu não sou falso moralista, nem sou preconceituoso, eu só acho que temos coisas mais importantes para se debater e decidir. O homem precisa do lúdico, mesmo que sua qualidade seja questionável, como é esse caso. Enquanto decidimos quem sai do BBB, começamos a achar que outros assuntos não dizem respeito a nós e na verdade pertencem à nossa vida e à de nossos irmãos e irmãs, a não ser que digamos (e aí sim seremos falsos moralistas hipócritas) que não podemos nos envolver com questões que atinjam diretamente a vida alheia. Nesta semana poderíamos pensar em alguns temas que dizem respeito a nossa vida e que não são sequer lembrados pela maioria dos telespectadores: As velhas questões de ética envolvendo mais um ministério do governo Petista, a questão do micro tráfico entre os usuários de drogas que estavam na cracolândia em São Paulo, as chuvas que sempre nos pegam de “surpresa” no mês de janeiro, as eleições que se aproximam e qual futuro queremos para nossa cidade. É, você não precisa ter vergonha de admitir que assisti o BBB, não é vergonha nenhuma. Vergonha é deixar que durante três meses sua vida seja conduzida pelas disputas entre falsos “heróis”. Quando falo contra o BBB e contra os outros subprodutos da mídia, não estou levando uma questão sobre inteligência e não inteligência, sobre cultura ou não cultura. O fato de assistir ou não assistir não demonstra se alguém é culto ou não. Pobre é quem acha que qualquer crítica é arrogância intelectual. O debate é sobre o que é verdadeiramente importante. E do BBB, eu só vejo temas desimportantes para o debate. E aí você vai se mexer na cadeira e dizer a mim que não vi a pérola de um dos participantes: “de que por debaixo da pele é tudo sangue”. E eu direi que já li, está em todo canto na internet.

Contornando a superficialidade do pensamento

Teoricamente a política de cotas representa um absurdo porque somos todos iguais. Não há distinção entre as pessoas por conta de cor, religião ou gênero. Essa é a idéia que sustenta a pérola que circula pela internet:

"Você é a favor de cotas para negros no BBB?", questionou Bial. "Acho que não tem cota para nada, embaixo da pele é sangue, é tudo vermelho"

Com esta frase, o Brasil conheceu mais um herói. E a internet conheceu seu mais novo chavão. Valeria lembrar que este rapaz não fala por toda a população negra desse país, segundo, quero dizer que todos os que aplaudiram não conhecem nada da história desse país, e pelo que circula na net, só ele é negro nesse grupo. O debate sobre a adoção de cotas para estudantes negros nos vestibulares para universidades públicas é necessário e não tem sido tratado como deveria ser tratado. E com essa frase aí do destaque do BBB, só tenho mais certeza de que a Mídia tenta nos afastar dos debates verdadeiramente importantes. Estatísticas comprovam a décadas que o racismo é no Brasil um fator importante na qualidade de vida das pessoas de pele escura. Ou em outras palavras, a cor da pele tem sido fator importante. Isso não é de agora, isso vem de longe. E mostra que a teoria que abriu essa postagem não se confirma na realidade. O racismo é fruto de uma sociedade construída a partir de um padrão europeu, que historicamente, menosprezou os outros elementos que estão na base de nossa sociedade: o índio e o negro e que por isso, acolheu como padrão de inteligência e beleza tudo o que mais aproxime do estilo europeu. Que isso tenha sua razão de ser no passado, até que se admite porém, em uma sociedade totalmente globalizada como a nossa, isso é um anacronismo cultural que interfere na forma de se ver as coisas. Um argumento comum é que as cotas são na verdade racistas porque trazem nas entrelinhas a afirmação de uma inferioridade do negro. Entretanto, fazer essa afirmação é negar o tempo de racismo que essa nação já vivenciou e que ainda vive. É fazer com que pareça que os próprios negros fossem os inventores do racismo. O racismo não é de hoje e por isso não pode ser tratado como fosse algo de agora. A política das cotas não é perfeita e comete alguns equívocos, mas os erros cometidos na implementação das cotas, são poucos se comparados a outras políticas sociais focalizadas, como o Bolsa família, cuja eficiência deve ser analisada com mais profundidade e não apenas como trampolim político. Em determinados lugares se une ao critério racial, o social, evitando assim que uma “elite negra da classe média” seja a grande beneficiada como muitos acharam que poderia acontecer. Alguns dirão que essa luta dos negros é plágio de movimento americano, só que isso seria a declaração de não se saber nada da história de resistência do povo negro brasileiro, nunca leu nada sobre os negros e negras que levantaram a voz em favor de seus direitos. Creio que antes de aplaudir ou divulgar, determinadas coisas que aparecem em programas de televisão, deveria se refletir um pouco mais sobre determinados assuntos levando em conta toda a sua profundidade.
 

Qual é o seu signo, padre? Facebook, eu e astrologia


A primeira coisa a ser dita é que catolicismo e consulta a horóscopos, são coisas que não se unem. Ou Cristo ou os astros! Confiar nos astros como meio para conhecer o futuro é uma atitude contrária ao Cristianismo!Como há uma relação entre a data do nascimento de uma pessoa e seu signo, mesmo que você não acredite, você sabe qual é o seu signo. Acompanhando o facebook, tenho visto que virou uma febre (ou sempre foi?) postagens sobre Signos. Para cada dia, um itinerário astral, para que a vida das pessoas possa seguir um bom caminho. As perguntas sobre o que devemos fazer, o que devemos evitar, a quem devemos procurar, são questões que sempre chamaram a atenção das pessoas e vai ser sempre assim. Todavia, recorrer aos astros, ou esperar que estes revelem o nosso futuro é um erro de acordo com o que a Igreja ensina. Todo o Cristianismo é contrário a este recurso. Antes de falar sobre o que a Igreja fala, é preciso fazer uma distinção entre ASTROLOGIA E ASTRONOMIA. Através da morfologia (a formação de cada palavra), não iremos muito longe. Astronomia vem do radical grego nomos, lei, e astér, astros: lei dos astros.
Porém, astrologia também deriva de astér e lógos, colóquio, estudo: estudo dos astros. Então seriam sinônimos, isto é, palavras diferentes para significar uma mesma atividade? Não. Astronomia e astrologia são hoje tão diferentes que não é exagero afirmar que a única coisa em comum são as cinco primeiras letras de cada palavra.

Podemos definir assim:
  • Astronomia é uma ciência exata que se preocupa com a origem, evolução, composição, classificação e dinâmica dos corpos celestes – todos eles. O astrônomo profissional é necessariamente alguém com formação superior, e seu trabalho inclui o domínio de Física e Matemática, aliado a um senso crítico aguçado e boa habilidade observacional.
  • A astrologia dá ênfase apenas a um certo grupo de astros. Ela busca identificar uma relação entre suas posições e deslocamentos no céu e o destino e a conduta moral dos seres humanos. Apenas os astrólogos constroem horóscopos e mapas astrais. Seu trabalho está ligado ao aspecto místico que o Universo desperta no ser humano, e não raramente os astrólogos são também praticantes de outras artes divinatórias.



Astronomia e astrologia possuem, portanto, uma origem em comum, movidas pelo mesmo fascínio que uma simples noite estrelada desperta em nós. Ambas coexistem hoje em relativa harmonia, mas seus praticantes têm formações diferentes e objetivos muito distintos que não convém confundir. Assim sendo, O Cristianismo se coloca contrário à Astrologia. A Igreja Católica seguindo a Tradição do Antigo Testamento afirma que:
"Todas as formas de adivinhação hão de ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demônios, evocação dos mortos ou outras práticas que erroneamente se supõem “descobrir” o futuro. A consulta aos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e da sorte, os fenômenos de visão, o recurso a médiuns escondem uma vontade de poder sobre o tempo , sobre a história e finalmente sobre os homens, ao mesmo tempo que um desejo de ganhar para si os poderes ocultos. Estas práticas contradizem a honra e o respeito que, unidos ao amoroso, temor, devemos exclusivamente a Deus".
Por que a Igreja pensa assim?
Porque Deus nos criou livres. Ele nos deu o livre-arbitrio para que escolhessemos e assim construíssemos nossas vidas. Nós não somos reféns da sorte, ou dos astros. Sobre nós, está a mão de Deus e nossa vida é revelada pelas escolhas que tomamos na vida e não no que se deleneia pelos astros. Conhece o seu futuro quem o constrói com suas próprias escolhas! Esta febre é fruto de um medo do futuro. Recorrer a horóscopos é na verdade incapacidade de lidar com sua própria liberdade e medo de fazer uso de um grandioso dom dado pelo nosso criador!Quem pode revelar tudo sobre nossa vida é Jesus (Jo 4), Ele é que Caminho, Verdade que liberta e Vida plena!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O Grande Irmão e a Pedagogia da Violência

Um ramo de intelectuais desse país, diz que programas no nível do BBB e A Fazenda, servem para expressar a profundidade da natureza humana. Muito particularmente, acho que o BBB, não serve como meio para expressar a natureza humana. O ser humano ali “confinado” não se encontra em seu ambiente porque a estrutura do confinamento explora aspectos negativos da realidade humana. Tendo como meta apenas o prêmio, este programa serve apenas para despertar o que há de mais vil porque exige que para se ganhe se faça tudo. Nos próximos três meses, por onde passarmos, esse será o assunto: no jornal, no ônibus, no elevador, em todos os lugares. Assim sendo, essa história de que quem crítica é hipócrita é uma farsa. O lixo, produzido pela mídia nos é imposto quase de forma totalitária, basta ver esse Teló e seu mega sucesso, é sempre assim, somos obrigados a absorver tudo isso mesmo que não queiramos, estão na TV, nos rádios, nos sons de carros que circulam às alturas de nossas cidades. Esse estilo midiático do BIG BROTHER, o grande irmão, mostra que tem sempre alguém manipulando nossa consciência e desejando decidir por nós o que é bom e o que não é. O que causa pena é que as pessoas nem sabem de onde veio esse título, BIG BROTHER, o que por si só representa o intuito desse programa. Dizem que o Pedro Bial, em determinada ocasião afirmou que o BBB seria um Zoológico divertido. A promiscuidade e a imoralidade, o mau caráter e a busca cega e egoísta de vencer passando por cima dos outros, encontramos em novelas e filmes. Porém aqui é diferente, há uma profunda desestruturação de consciências. Tudo bem que as pessoas que estão ali, não foram obrigadas, mandaram vídeos e sonham em estar naquela casa para obter um lugar ao sol, ou, aos olhos de todos. É a saída do anonimato, ainda assim, é perverso o que os “inventores” fazem com aquelas pessoas.
Expressão da natureza humana? Sinto muito, mas não concordo. Quem assiste tem que nas mãos o poder de eliminar pessoas, coisa que muitos desejam fazer na realidade e como não podem, vêem nesse programa a oportunidade de fazer sumir pessoas que aos olhos de quem assiste são inconvenientes. É uma representação de uma lógica que exige a nivelação das diferenças. Dentro do próprio “show” há também o sabotador, alguém que em nome do dinheiro, tem que sabotar a vida de outra ou outras pessoas. Abre-se a porta de uma espécie de Darwinismo social, no qual o dinheiro exige que se faça qualquer coisa. É o dinheiro que torna as pessoas mais fortes, porque em seu nome, se arranca das pessoas atitudes que em determinadas situações, elas nao teriam. Como isso pode expressar a natureza humana, se há alguém de fora manipulando? Alguém que liga e ao ser atendido, exige de quem atendeu maldades como indicar alguém para a votação popular, manda indicar alguém para a solitária, coisa que aqui fora, nas cadeias de verdade, é motivo de grandes mobilizações de grupos em defesa dos direitos humanos. E é claro que o indicado ou a indicada para a solitária ou para a votação, ao voltar, se voltar, vai buscar revidar, e isto garante a aspiral da violência. E assim as pessoas vão desmanchando valores e em pouco tempo, aquilo lá se torna uma selva, onde cada um deseja se sair bem. Essa ordem da lógica capitalista vai estar presente em muitos lares brasileiros e mais uma vez, fará muitos acreditarem que aquilo é o ser humano: dono do poder de eliminar pessoas, que traem os amigos; uma verdadeira lavagem cerebral. É a educação pela violência transmitida entre aplausos e choros dos “meus heróis e heroínas” apresentados por Pedro Bial. (Cá entre nós, o Pedro Bial, com esta afirmação, zomba da história desse país formado pelo sacrífico de muita gente!)
Enquanto a violência vai ditando o curso do circo, a Globo, junto com as companhias telefônicas amarrotam seu cofres com o dinheiro das ligações das pessoas que vão eliminar seus irmãos e irmãs. Criticar esse programa é algo que não vai agradar muita gente, todavia, deve ser feito por qualquer pessoa que pense. O problema a ser criticado por todos os que tenham senso, é a fundamentação de uma pedagogia que mostra que para se alcançar a felicidade, o outro deve ser eliminado. Eu acredito que a gente possa se divertir sem precisar eliminar pessoas. Podemos crescer em companhia de outras pessoas, porque na natureza, seres menos evoluídos sabem que para subsistirem precisam de cooperação. E a cada dia que se passa, nossa realidade vem mostrando que somente a cooperação, a solidariedade, a preocupação com o outro, com o mundo, é capaz de produzir uma vida melhor! 

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Mais Jesus, menos religião... Direito de resposta

"Mais Jesus, menos religião". Era o que dizia um email que recebi ontem a noite. Essa frase é uma das máximas do mundo convencional. determinados segmentos de nossa sociedade alegam que a religião representa o lado negro da história, formada por homens e mulheres incapazes de vencer na vida e que se escondem por trás do nome Deus, criado para manipular consciências. Essa linha de pensamento defendida por muitos e que tem suas raízes, firmadas nos pensamentos de Marx e Nietzsche, (desconhecidos pela maioria dos defensores atuais) e mais ainda no pensar de Max Stirner, esse sim, um ilustre desconhecido, possui alguns limites estruturais.
Primeiramente, há uma distinção entre religiosidade e religião. Isso não lhe ensinaram, nem lhe ensinarão na Universidade. Do ponto de vista Antropológico, nunca existiu uma cultura atéia. Pelo menos até aqui, não se tem notícia de nenhuma sociedade que tem sido eminentemente atéia. Na obra O Ser e o Nada,  Jean Paul Sartre, afirma existir no ser humano uma abertura para o Infinito. O ser humano tem um desejo insaciável pelo infinito. Para ele, isto é absurdo, mas a esta ânsia de infinito, as religiões chamam de Deus. Isso que no ateísmo de Sartre, aparece como desejo infinito, é o que pode ser chamado de religiosidade. O que vem a ser então a religiosidade? Religiosidade é o sentimento de que algo infinito possa existir para além da história, pois há uma incompatibilidade entre o desejo infinito e a finitude de todas as coisas com as quais nos relacionamos, inclusive nós mesmos. Religião é um código ao qual nós aderimos, com o qual nos configuramos e aceitamos como sendo capaz de harmonizar nossa vida, com o eterno e infinito. Ou seja, a religião tem a finalidade de esclarecer aquilo que em nós é uma abertura ao infinito.
Aqui se encontra o erro de todo o materialismo porque tentou construir uma imagem de homem sem levar em conta essa abertura ao infinito, esse desejo de eternidade presente em cada ser humano. Desmanche as religiões e ainda assim, permanecerá um desejo de infinito, ou na linguagem religiosa,  a vontade de Deus. "Mais Jesus, menos religião", essa afirmação limitada, do ponto de vista intelectual, demonstra ignorância dos passos da história. Até para você negar a religião, se precisou dela. Por que? Porque foi a Igreja quem guardou as escrituras e a fez chegar até nós. Nem mesmo os que afirmam que não precisam de religião para viver em paz com Deus, o fazem sem a religião. Pois precisaram dela para conhecer Jesus de Nazaré. Se você não acreditar que Jesus seja o Filho Eterno de Deus, deve à religião, pelo menos o conhecimento desse personagem da história, mas se sua fé afirma que ele é o Filho de Deus e salvador, você também deve à religião esse encontro de fé! Sinto muito, mas você ainda se encontra na sombra da velha religião dos homens e mulheres frustrados e vencidos pela história. Sua frase deveria ser "mais Jesus, menos religião, graças à religião" porque como ja falei, seus argumentos estão à sombra da igreja. Seus argumentos dependeram da Igreja para existir, porque sem a Igreja, não teria o seu acesso às escrituras! E se hoje você estuda em uma universidade, isso se deve à religião porque foi a Igreja quem criou a universidade. Logo, seu grande esclarecimento, deve-se a uma Instituição que você chama de ignorante. 
O problema que vejo hoje dentro da religião e mais especificamente da religião católica é que qualquer um se diz católico, religião não pode ser biológica e sim adesão por meio de um encontro vivo e libertador com aquele que é o Eterno Filho de Deus feito homem.
E os erros? Todos os erros cometidos pelos homens da religião demonstram a fraqueza humana, sua dificuldade em aceitar diferenças, sua vontade de crescer de forma egoísta, mas mostra também que só Deus é perfeito, só Deus não comete erros e que nós, como religião podemos e devemos ser sempre melhores. E exemplo de pessoas melhores o temos, São Francisco de Assis que largou tudo para viver imitando Jesus, Teresa de Calcutá, que viveu acolhendo os pobres na periferia do mundo, aqui perto de nós Irmã Dulce, Zilda Arns,  e tantos outros e outras que no anonimato da vida, as Marias e os Josés que buscam a concórdia, a paz, a justiça, o melhor tratamento para os fracos e o fazerm sem exigir nada em troca. Muitos homens e mulheres que por acreditarem no Deus professado por sua religião,  fazem de sua vida auxílio aos outros e serviço a Deus. A sociedade que exige que os erros do passado continuem sendo remoídos apenas demonstra a incapacidade de lidar com seus próprios erros, esse drama de consciência acompanha nossa sociedade que embora diga que a religião divide pessoas, apenas procura um responsável pela sua miséria humana, já que desde Lutero, temos "liberdade" de escolha frente à religião. A própria dinâmica plural do mundo globalizado mostra que ninguém é obrigado a seguir esta ou aquela religião. Na sua liberdade cada um escolhe, embora eu me sinta realizado na minha, não me sentiria bem, em saber que as pessoas se sentem obrigadas a ser desta religião.  Nós lidamos com os nossos erros, nós os reconhecemos e nos reconciliamos com nossa história porque o presente não pode se condenado só pelo fato de o passado ter contido fracassos. O importante mesmo é não esquecer o passado para que o presente não o repita e o futuro não se comprometa.  Encerro citando Sören Kierkegaard: "Para compreendermos a vida, temos que olhar para trás, mas para viver a vida devemos olhar para frente!" Poderia ter concluido citando a Biblia, mas aí você me diria, com preconceito de intelectual,  que isso é coisa de gente de religião, embora o seja, posso dialogar usando outras fontes para ser mais acessível para você que muito provavelmente nem saberia encontrar uma citação que eu fizesse. E não se iluda, embora você ache que religião seja coisa de gente ignorante, eu também passei por um espaço onde se ensina essências universais.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

PREPARE-SE! - Maiores informações em breve!



Em breve nós estaremos divulgando como a nossa Paróquia está se organizando para participar desse evento na Arquidiocese da Paraíba

domingo, 8 de janeiro de 2012

A Epifania do Senhor: Deus, os homens e o encontros dos seus caminhos



Hoje a Igreja celebra a Solenidade da Epifania do Senhor. O termo Epifania, do grego πιφάνεια, significa "aparição", podendo também significar “manifestação ao redor de” Muitos estudiosos do grego acham que o termo que melhor expressaria a riqueza desta celebração seria Diafania que pode significar “manifestação através de”. Deixando de lado esse debate, a Epifania é a assunção humana de Cristo, quando o filho do Criador dá-se a conhecer ao Mundo. Podemos dizer que quatro epifanias acontecem ao longo da vida de Jesus de Nazaré: aos três reis magos, após o Batismo, nas Bodas de Caná e no alto da cruz quando reconhecido por um centurião romano.
Então qual o significado desta Solenidade?
Chegou a verdadeira luz
Na primeira leitura da Celebração Eucarística de hoje encontramos a grande preparação dos profetas para o evento que se realiza no Evangelho: “Levanta-te, resplandece, Jerusalém, porque chegou a tua luz e a glória do Senhor nasceu sobre ti. Porque eis que as trevas cobrirão a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti nascerá o Senhor, e a sua glória se verá em ti. E as nações caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor da tua aurora. Ergue a vista e olha em torno de ti: todos se reúnem e vêm ao teu encontro; os teus filhos chegam de longe.”
Os reis magos que fazem uma grande jornada para chegar até o Menino Deus representam em primeiro lugar, todas as raças e nações pois a salvação não faz distinção de pessoas, é aberta a todos. E em segundo lugar, os magos representam todos aqueles que procuram sentido na sua vida, aqueles que em meio a escuridão do mundo, aguardam um sinal vindo do alto. Os magos são sinal de uma outra cultura, outra religião, na linguagem comum, pagãos que se submetem às profecias dos hebreus e aguardam o rei que primeiramente veio para os judeus. Os magos são pessoas que nem mesmo acreditavam no que os judeus acreditavam, em um primeiro momento, todavia, viram na fé dos judeus, em suas profecias, o sentido para a vida. São Bernardo diz que Quem os guiou também os instruiu; e quem os advertiu externamente, por meio de uma estrela, foi o mesmo que os iluminou no íntimo do coração. E assim eles não obedecem a Herodes e voltam por outro caminho. Antes, viram a estrela, agora ouviram a vontade de Deus e obedeceram. O Evangelho de hoje nos faz ver que a vida é um caminho e que sempre estamos a procura de sentido, de luz para a escuridão presente em nossas vidas por conta do nosso pecado, do nosso medo e da nossa falta de confiança no amor de Deus. Esse caminho pode ser uma linha até Jesus desde que o busquemos e quem o busca não é o santo, o iluminado, quem o busca é quem deseja mudar de vida, quem deseja reencontrar o verdadeiro caminho para a felicidade.

Uma pedagogia do encontro
Logo que chegaram a Jerusalém; talvez pensassem que era o final da viagem, mas na grande cidade não encontraram o rei dos judeus que acaba de nascer. Talvez se tivessem dirigido diretamente ao palácio de Herodes, e era humanamente o mais lógico, pois tratava-se de procurar um rei. Mas os caminhos dos homens não são, freqüentemente, os caminhos de Deus. Indagam, empregam os meios ao seu alcance: Onde está?, perguntam. E Deus, quando queremos encontrá-lo de verdade, vem em nossa ajuda, indica-nos o caminho, por vezes servindo-se de meios que poderiam parecer-nos menos aptos.

“Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? (Mt 2, 2).
O Evangelho de Lucas também nos leva a este mesmo drama, pois aqui, os magos não encontraram Jesus no lugar mais lógico que seria o palácio do rei, e em Lucas, encontramos Jesus reclinado numa manjedoura (Lc 2, 12), num lugar próprio para animais. Onde está, Senhor, a tua realeza: o diadema, a espada, o cetro? Pertencem-lhe, e Ele não os quer; reina envolto em panos. É um Rei pequenino, que se apresenta indefeso; é uma criança.
“Onde está o Rei? Não será que Jesus deseja reinar antes de tudo no coração, no teu coração? Foi por isso que se fez Menino, porque quem há que não ame uma criança? Onde está o Rei? Onde está o Cristo que o Espírito Santo procura formar em nossa alma?”

E nós, que, como os Magos, nos pusemos a caminho muitas vezes em busca de Cristo, ao perguntarmo-nos onde está, percebemos que Ele “não pode estar na soberba, que nos separa de Deus; não pode estar na falta de caridade, que nos isola. Aí não pode estar Cristo; aí o homem fica só”.Temos que encontrar os verdadeiros sinais que levam ao Menino-Deus. Nesses homens que foram chamados a adorar a Deus, reconhecemos a humanidade: a do passado, a dos nossos dias e a que virá. Nesses Magos reconhecemo-nos a nós mesmos, que caminhamos para Cristo através dos nossos afazeres familiares, sociais e profissionais, da fidelidade ao pequeno dever de cada momento...
A estrela que guia os magos, para São Boaventura tem um tríplice significado: primeiro, a Sagrada Escritura, que devemos conhecer muito bem; depois, uma estrela que está sempre no alto para que a divisemos e encontremos a direção certa, que é Maria, nossa Mãe; e uma estrela interior, pessoal, que são as graças do Espírito Santo. Com essas ajudas encontraremos em todos os momentos o caminho que conduz a Belém.
Foi o Senhor quem colocou nos nossos corações o desejo de procurá-lo: Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi a vós. A sua chamada contínua é a que nos faz encontrá-lo no Santo Evangelho, na oração, nos sacramentos, no recurso filial a Santa Maria e de modo muito especial na Sagrada Eucaristia, onde sempre nos espera. A nossa Mãe do Céu anima-nos a apressar o passo, porque o seu Filho nos espera.
Dentro de algum tempo, talvez não muito, a estrela que fomos seguindo ao longo desta vida terrena brilhará perpetuamente sobre as nossas cabeças; e voltaremos a encontrar Jesus, agora sentado num trono, à direita de Deus Pai e envolto na plenitude do seu poder e glória, e, muito perto, sua Mãe. Então terá chegado para nós a perfeita epifania, a radiante manifestação do Filho de Deus.


Um novo ardor na vida cristã
Somos convidados na liturgia de hoje a renovar o espírito apostólico que o Senhor semeou no nosso coração. Esta festa foi considerada desde o princípio como a primeira manifestação de Cristo a todos os povos. “Com o nascimento de Jesus, acendeu-se uma estrela luminosa; caravanas de povos põem-se em marcha (cf. Is 60, 1ss.); abrem-se novos caminhos sobre a terra; caminhos que chegam e, do mesmo modo, caminhos que partem. Cristo é o centro. Mais ainda, Cristo é o coração: começou uma nova circulação que nunca mais terminará. Está destinada a constituir um programa, uma necessidade, uma urgência, um esforço contínuo, que tem a sua razão de ser no fato de Cristo ser o Salvador. Cristo é necessário [...]. Cristo quer ser anunciado, pregado, difundido”. A festa de hoje recorda-nos que temos de levar Cristo conosco e dá-lo a conhecer a toda a sociedade, por meio do exemplo e da palavra: na família, nos hospitais, na Universidade, no lugar onde trabalhamos.
“Levanta a vista e olha em torno de ti; os teus filhos chegam de longe.” Ou seja, de todos os lugares e de todas as situações em que se possam encontrar, por muito distantes de Deus que pareçam estar. No nosso coração ressoa o convite que um dia o Senhor fará aos que o seguem: “Ide, pois, e ensinai a todos os povos”. Não importa que os nossos familiares, amigos ou companheiros se encontrem longe. A graça de Deus é mais poderosa e, com a sua ajuda, podemos conseguir que se unam a nós para adorar Jesus.
Não nos aproximemos hoje de Jesus de mãos vazias. Ele não precisa dos nossos dons, pois é Dono de tudo o que existe, mas nos pede um coração generoso, para que assim se dilate e possa receber mais graças e bens. Hoje pomos à sua disposição o ouro puro da caridade: ao menos o desejo de amá-lo mais e de tratar melhor a todos; o incenso das orações e das boas obras convertidas em oração; a mirra dos nossos sacrifícios que, unidos ao Sacrifício da Cruz, nos convertem em co-redentores com Ele.
E enfim, possamos perceber os nossos caminhos se achegarem ao local onde Maria está com o Menino Deus sob os cuidados de São José e renovados possamos trilhar novos caminhos em nossas vidas, caminhos de paz, justiça, solidariedade e confiança no amor de Deus que nos ama apesar de todos os nossos pecados.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

No Ano dedicado à Juventude e Eucaristia, convidamos os jovens


Dia 14 de janeiro, na Praça da Matriz de São Pedro e São Paulo, às 19:30h

Novidades para 2012 na Paróquia São Pedro e São Paulo

 Como resultado da Assembléia Paroquial, ficou decidido por todos os que representavam os grupos e movimentos, bem como as comunidades desta Paróquia que este ano será o ano dedicado à Juventude e a Eucaristia. Estas são as linhas de trabalho durante todo 2012.
Algumas atividades em vista dessas linhas já estão definidas e serão bem apresentadas no documento oficial de nossa Assembléia a ser apresentado no dia 25 de Janeiro deste ano, por ocasião da celebração da Conversão de São Paulo.


Criação de uma coordenação da Juventude:



Estaremos criando uma coordenação Jovem (Pastoral da Juventude - PJ) para direcionar todas as atividades paroquias em vista de uma melhor participação dos jovens na vida de sua própria comunidade. Esta contará com a presença de todos aqueles que já fazem algum trabalho voltado para a juventude, valorizando e aumentando a expressão de trabalhos de grupos jovens presentes em nossas comunidades.


Uma missa dedicada à Juventude:



Nossa Paróquia tem uma celebração mensal dedicada às famílias, sempre na última quarta feira, tem uma missa dedicada às crianças, sempre no primeiro domingo de cada mês, as 8h da manhã. Agora, a partir de fevereiro, teremos uma missa dedicada à Juventude, no último sábado de cada mês.



A volta da Pastoral dos Namorados:

Traremos de volta a partir de fevereiro também a Pastoral dos Namorados, um trabalho que tivemos em 2010 e que, devido a questões de horário e choques com outras atividades, foi suspenso e que é mantido pela doutora Eliane.

Atividades esportivas voltadas para a Juventude:

As Olimpíadas Paroquiais e outras atividades esportivas, também serão redirecionadas em vista de atender às prioridades do Ano de 2012.