Desde
que a imprensa começou a divulgar o que aconteceu na boate Kiss, em Santa
Maria, a comoção tomou conta de nosso país. Quem de nós que tendo filhos e
filhas, irmãos e irmãs, amigos, não se colocou no lugar das famílias e dos
amigos das vítimas? Uma corrente de solidariedade se espalhou igualmente pelas
redes sociais, demonstrando que as pessoas ainda guardam uma semente de
solidariedade e preocupação com as outras, contrariando a imagem ridícula do
humano defendida pelos programas de confinamento coletivo como o BBB e a
Fazenda.
Muitos comentários acerca do que
aconteceu correram via meios de comunicação, uma perspectiva de interpretação
chama de fatalidade, e uma outra, sustentada
por um cartaz da banda que se apresentava na boate, chama de ação de poderes maléficos. A primeira coisa que
podemos dizer é que o que aconteceu em Santa Maria não foi uma fatalidade, e
poderia ter acontecido em qualquer lugar deste país! O que aconteceu em Santa
Maria tem nome e o nome é muito claro! Determinadas situações expressam e
comprovam uma estrutura corrupta. Uma primeira irresponsabilidade partiu dos
músicos, um sinalizador dentro de um ambiente fechado é o estopim. O fogo se
espalha porque o ambiente é recoberto em vista de uma melhor acústica e pessoas
desesperadas tentam sair de um espaço sem saída de emergência o que é a segunda
irresponsabilidade! A porta de entrada é a mesma de saída, o que é expõe as pessoas
a um risco desnecessário e é também uma grave irresponsabilidade.
Os seguranças, pensando se tratar
de uma briga, tentam impedir as pessoas de saírem, supondo que fosse uma briga
e não um incêndio, não estariam as pessoas lá dentro de fato expostas um grave
risco? Concordo que os seguranças não são culpados no entanto, essa atitude
deve ser analisada e corrigida! Vamos ter que admitir que essa incompreensão por
parte dos seguranças, no primeiro momento, pode ter causado a morte de muitas
pessoas. Um outro fato a ser avaliado diz respeito à quantidade de pessoas,
salvo engano meu, a capacidade do ambiente é de mil pessoas. Salvo engano,
repito, estavam lá quase 1500 pessoas.
Como
a fiscalização é falha e corrupta, um espaço sem saídas de emergências adequadas,
sem rotas de fuga foi diretamente responsável por muitas vidas ceifadas! A pior
de todas as irresponsabilidades é que a boate estava com o alvará de
funcionamento vencido. O problema maior não é estar vencido é ter sido
concedido em alguma ocasião. Como um ambiente com todas essas falhas que estão sendo
apontadas pode ter tido licença para funcionar? Sobre o alvará um dia
concedido, teremos que admitir uma total irresponsabilidade negligente de quem
deveria zelar pelo reto funcionamento de ambientes seguros ou teremos que
admitir que aquele velho jeitinho brasileiro colocou as vidas em risco por
tanto tempo na boate Kiss. E você ainda acredita que isso é uma fatalidade? O
que assistimos é fruto da corrupção, do jeitinho, do toma lá dá cá, do velho
apadrinhamento, daquela frase: “conheço alguém que pode resolver!”Não há nada
de fatalidade, todos os encaminhamentos dados, levaram a isto e como já disse,
poderia acontecer em qualquer lugar deste país! Segmentos
religiosos radicais afirmam a ação do demônio, porém não se iluda, o demônio desta
história não é outro senão a corrupção presente no país combinada à passividade
de uma população que até contesta a falta de segurança, de educação, e
entretanto mantém os braços cruzados e a mente anestesiada pelas propagandas de
televisão!
Nossas orações pelas vítimas e pelas famílias entristecidas!
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