Dom Jacyr Francisco Braido (Bispo de Santos/SP)
Iniciamos o mês das festas juninas. É um mês significativo. Desperta muita emoção. E por que não dizer, fé e devoção! É significativo iniciarmos o mês com a solenidade de Corpus Christi – Presença real de Jesus na Eucaristia: no momento de sua entrega-doação ao Pai e a todos nós na Morte, Ressurreição e Ascensão, toma o pão: “Isto é meu corpo, que será entregue por vós”. Eleva o cálice com vinho: “Este é o cálice de meu sangue, o sangue da Nova e Eterna Aliança, que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados.” Este mistério da fé é realizado constantemente em Sua memória! A celebração da Eucaristia é presença viva de Jesus que nos acompanha em nossa caminhada de Fé, e na procissão de Corpus Christi.
O Sagrado Coração de Jesus é solenidade do amor salvador: “Vede! Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta delas” (Ez. 34,11). “Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu até encontrá-la? Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria e, chegando em casa, reúne os amigos e vizinhos e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a ovelha que estava perdida!’ (Lc, 15, 4-6). No dia 11 de junho, nos reuniremos como Diocese, na Paróquia a Ele consagrada, para celebrarmos seu amor infinito, no espírito do ano sacerdotal: “Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote!” Por sinal, no dia 12 de junho, celebramos o Coração imaculado de Maria, a Mãe de Jesus e Mãe dos sacerdotes.
Jesus é presença viva nos sacerdotes: “Os sacerdotes são ordenados, afirma Bento XVI, para exercerem seu ministério pastoral no encontro pessoal e constante com o Senhor, para conformar sua vontade com a vontade dEle, recordando que a docilidade dos fiéis aos pastores depende da docilidade dos sacerdotes a Cristo”. Eles têm a missão de ensinar, de santificar e governar. Entendida à luz da fé, esta autoridade, embora envolvendo o exercício do poder, permanece um serviço à construção da Igreja na santidade, unidade e verdade. Para cumprir este propósito, o padre deve adquirir as suas forças em Cristo: “Verdadeiro modelo pelo seu humilde serviço de amor no lava-pés e na sua realeza que culmina na Cruz. Governar é formar Cristo nos corações dos fiéis, sem medo de conduzir a Deus as pessoas e comunidades a eles confiadas e serem modelos para todos (Catequese de Bento XVI)”. O sacerdócio é o dom precioso do Sagrado Coração de Jesus!
E o mês de junho, nos apresenta também a memória preciosa de Santos que marcaram época na história da Igreja: Santo Antônio de Pádua, São Luís Gonzaga, São João Batista, São Pedro e São Paulo, entre outros de quem fazemos memória neste mês de junho.
Santo Antônio de Pádua, um nobre “guerreiro”, se fez pobre e missionário da paz, a exemplo de São Francisco de Assis e, doutor da Igreja, ensinou teologia e defendeu os pobres e necessitados da época. São Luís Gonzaga, príncipe herdeiro, preferiu a pequenez de Cristo, junto aos jesuítas. A natividade de São João Batista destaca a figura do precursor de Jesus, que teve um nascimento especial, marcado pela presença de Maria e do próprio Jesus, ainda no seio de sua Mãe. Ele exultou de alegria pela chegada do Messias. Sua missão foi mostrá-lo presente no meio da humanidade: “Eu vi o Espírito descer do céu, como uma pomba, e pousar sobre Ele. Eu também não o conhecia. Aquele que me enviou a batizar com água, foi ele quem me disse: ‘Aquele sobre quem você vir o Espírito descer e pousar, esse é quem batiza no Espírito Santo. E eu vi, e dou testemunho de que este é o Filho de Deus’ (Jo 1, 32-34).
A memória de São Pedro e São Paulo é celebrada no mesmo dia (neste ano, 4 de julho). Com histórias diferentes, em Cristo marcaram o início da história da Igreja em Roma e no mundo: “Hoje nos concedeis a alegria de festejar os Apóstolos São Pedro e São Paulo. Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o evangelho da salvação. Por diferentes meios, os dois congregaram a única família de Cristo” (Prefácio da Missa).
No dia 3 de julho, às 9h, celebraremos na Catedral os 86 anos de criação da Diocese de Santos. No mesmo dia, daremos início ao Ano Missionário em toda a Diocese, inclusive com um sinal sensível: as imagens de Nossa Senhora do Rosário, Padroeira da Diocese, serão levadas pelos sacerdotes e fiéis em peregrinação às nossas Regiões episcopais e Paróquias. “A Construção da Comunhão Eclesial é a chave da Missão. Ela nasce do encontro com o Filho de Deus, Jesus Cristo, que no anúncio da Igreja chega a todos e cria comunhão com Ele mesmo, com o Pai e com o Espírito Santo” (Bento XVI). O Cristo estabelece nova relação entre os homens e Deus: Deus é Amor e nos ensina a amar.
A missão é Amor!
FONTE: CNBB
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